Avançar para o conteúdo principal

Até uma certa idade, os miúdos revelam uma inocência divina

Hoje, e pelo espanto talvez tenha sido a primeira vez que a minha filha me viu a pagar a mensalidade do Colégio. Aquilo fez-lhe confusão.

E depois de remoer sobre o episódio, lá me perguntou porque é que eu tinha dado os Tickets à Educadora. E eu lá lhe expliquei que era para pagar a mensalidade.

Não percebeu porque é que dei mais do que um Ticket - então mas eu esta semana só fui na carrinha de manhã uma vez, disse ela.

Lá lhe expliquei que todos os meses, pelo facto de permanecer no Colégio, pelo facto de a irem buscar à escola, levar quando tenho que sair de casa mais cedo...tenho que pagar.

"Mas tu tens que pagar tomarem conta de mim mamã, mesmo? Eu pensava que não se pagava para tomar conta das crianças!"

Passei à explicação seguinte, ou seja, que as Educadoras e Auxiliares estão a trabalhar todo o dia; por acaso a função delas é cuidar dos meninos enquanto os pais trabalham, e para isso, têm que ser pagas, tal como eu por ir para o escritório e todas as outras pessoas que trabalham; tudo isto para ganharmos ao final de cada mês o salário, que nos vai permitir comprar bens tão essenciais como os nossos alimentos, para coisas menos essenciais, mas que também fazem parte das nossas vidas.

Com uma expressão de "não acho nada normal que os pais tenham que pagar para alguém tomar conta das crianças", ficou em silêncio por breves instantes e depois passou ao relato do que tinha sido o dia escolar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri