No outro dia fui almoçar ao sítio do costume, mas não consumi o costume, pois acompanhei a refeição com um sumo natural, o que raramente acontece. Paguei o que tinha a pagar, regressei ao trabalho, e passadas umas horas, sim, a minha cabeça é assim mesmo, sempre em movimento, sem que nada o fizesse prever, lembrei-me que paguei o mesmo que pago nos outros dias.
A senhora não se lembrou que eu tinha pedido um sumo e eu, quando ela me fez a conta também estava noutra. Mas quando umas horas depois me vem isto à mente, tenho de facto duas hipóteses: ou esqueço e passo à frente porque a senhora não vai ficar mais pobre por 2€ de um sumo natural, ou não sou capaz e actuo ao meu modo.
E oiço de quando em vez “mas ninguém é assim, tu não existes”. E eu respondo: “Mas eu não sou Ninguém, nem quero sê-lo.” Sou diferente de facto. Não que ganhe no momento algo com isso, na maior parte das vezes muito pelo contrário, pois continuam a abusar das minhas qualidades, mas, quando paro para reflectir também concluo que quem o faz são pessoas primárias e primitivas que estão num estágio de desenvolvimento ainda mais embrionário do que o meu.
Adiante, peguei na factura para ver o número de telefone e claro está liguei à senhora do restaurante, identifiquei-me e lá lhe disse que se tinha esquecido de me debitar o sumo, mas que me lembrei do incidente e que lho pagaria assim que lá voltasse. Percebi que a senhora fez uma pausa, nunca lhe deve ter acontecido algo semelhante horas depois de um engano contra ela e agradeceu- me o gesto como se de algo impensável se tratasse.
Nem ela ficaria mais pobre, nem eu mais rica, mas não consigo ser mesmo de outra forma.
A senhora não se lembrou que eu tinha pedido um sumo e eu, quando ela me fez a conta também estava noutra. Mas quando umas horas depois me vem isto à mente, tenho de facto duas hipóteses: ou esqueço e passo à frente porque a senhora não vai ficar mais pobre por 2€ de um sumo natural, ou não sou capaz e actuo ao meu modo.
E oiço de quando em vez “mas ninguém é assim, tu não existes”. E eu respondo: “Mas eu não sou Ninguém, nem quero sê-lo.” Sou diferente de facto. Não que ganhe no momento algo com isso, na maior parte das vezes muito pelo contrário, pois continuam a abusar das minhas qualidades, mas, quando paro para reflectir também concluo que quem o faz são pessoas primárias e primitivas que estão num estágio de desenvolvimento ainda mais embrionário do que o meu.
Adiante, peguei na factura para ver o número de telefone e claro está liguei à senhora do restaurante, identifiquei-me e lá lhe disse que se tinha esquecido de me debitar o sumo, mas que me lembrei do incidente e que lho pagaria assim que lá voltasse. Percebi que a senhora fez uma pausa, nunca lhe deve ter acontecido algo semelhante horas depois de um engano contra ela e agradeceu- me o gesto como se de algo impensável se tratasse.
Nem ela ficaria mais pobre, nem eu mais rica, mas não consigo ser mesmo de outra forma.
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