Quando eu vejo pessoas que, são tão boas pessoas, mas só às vezes, a tentar encontrar desculpas para a pessoa que com 22 anos deitou para o Ecoponto amarelo um bebé que tinha acabado de parir, ainda por cima com vida, tal como eu, que devo ser um monstro sou capaz de atirar uma garrafa de amaciador Quanto para o mesmo Ecoponto; quando vejo pessoas que choram porque vêem uma ninhada de cães ou gatos abandonados ao lado de um caixote do lixo e coitadinhos dos animais, estas pessoas são umas assassinas; e quando vejo um juiz que chama a "depor" ou a "ladrar" perante uma sala de audiências neste nosso Portugal profundo, oprimido e ostracizado um cão, propriedade de um ex casal agora desavindo, para se discutir as suas responsabilidades "parentais" acredito que em prol do superior interesse do canídeo, que por acaso é um Beagle, mas podia muito bem ser um rafeiro, acredito que isto está mesmo tudo doido.
Atenção que não deixo de ser a pessoa que sou, de ter o meu (bom) senso, o meu sentimento de justiça, de solidariedade, de generosidade, para o que me rodeia e de ser acima de tudo mais uma cientista com o devido canudo académico que gosta de estudar e trabalhar estas dinâmicas. Se há um problema social e também sociológico grave com a pessoa que atirou o seu filho para dentro do Ecoponto entregue literalmente à sua sorte e que apenas sobreviveu por milagre, há, sem dúvida. Mas não utilizemos isso para tentar encontrar atenuantes aos seus actos, porque as agravantes são bem mais susceptíveis de análise. De facto no reino animal (e aqui coloco os ditos racionais e irracionais no mesmo lado da equação), só mesmo os humanos é que são capazes de abandonar um ser vivo que acabaram de dar à luz. Os irracionais aí, batem os ditos racionais aos pontos!
Quanto a chamar um cão para uma audiência em que se vai discutir com quem ele vai ficar ou em que regime ficará com ambos...é também nisto que os nossos magistrados trabalham e acumulam apensos aos seus processos. E nós humanos, quando necessitamos de fazer o mesmo pelos filhos de carne e osso, esperamos meses, anos...sim, parece-me que afinal ainda há muito para aprender...com os animais ditos irracionais e com as pessoas, em particular.
Atenção que não deixo de ser a pessoa que sou, de ter o meu (bom) senso, o meu sentimento de justiça, de solidariedade, de generosidade, para o que me rodeia e de ser acima de tudo mais uma cientista com o devido canudo académico que gosta de estudar e trabalhar estas dinâmicas. Se há um problema social e também sociológico grave com a pessoa que atirou o seu filho para dentro do Ecoponto entregue literalmente à sua sorte e que apenas sobreviveu por milagre, há, sem dúvida. Mas não utilizemos isso para tentar encontrar atenuantes aos seus actos, porque as agravantes são bem mais susceptíveis de análise. De facto no reino animal (e aqui coloco os ditos racionais e irracionais no mesmo lado da equação), só mesmo os humanos é que são capazes de abandonar um ser vivo que acabaram de dar à luz. Os irracionais aí, batem os ditos racionais aos pontos!
Quanto a chamar um cão para uma audiência em que se vai discutir com quem ele vai ficar ou em que regime ficará com ambos...é também nisto que os nossos magistrados trabalham e acumulam apensos aos seus processos. E nós humanos, quando necessitamos de fazer o mesmo pelos filhos de carne e osso, esperamos meses, anos...sim, parece-me que afinal ainda há muito para aprender...com os animais ditos irracionais e com as pessoas, em particular.
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