A minha história de vida tem vindo sempre a trocar as voltas àquilo que conscientemente desejava para mim.
Não sou diferente nos sonhos, talvez o seja nos valores e na integridade. Mas até certa altura pensei num casamento de conto de fadas, pensei que iria viver um grande amor e ser feliz para sempre, pensei que ia ter 3 filhos e tantas outras coisas.
E aí tive o desafio. Tinha a certeza de que teria no mínimo 2 filhos e que o primeiro seria um rapaz. Nunca coloquei outra hipótese. Por um lado, por vir de uma família matriarcal, muita mulher, ter um rapaz seria maravilhoso para mim. Por outro lado acho imensa piada aos miúdos rapazes; aquele ar rufia, as bolas, os carrinhos, acho-os uns fofos. Quando fiquei grávida da Unicórnio Magenta sempre me referi a ela como "o meu bebé" com a imputação do género masculino bem implícita, e mesmo quando o pai me dizia para eu não me convencer que era um rapaz, pois caso não fosse eu poderia ficar desiludida, eu ainda lhe dizia que, se fosse rapariga, a culpa era dele. Lembro-me que numa dada ecografia perguntei ao médico se o meu filho já se deixava ver quando sou confrontada com a grande possibilidade de ser a Unicórnio Magenta. Confesso que me caiu tudo e demorei umas horas a digerir. Um dos sonhos de uma vida tinha-se esfumado e talvez inconscientemente eu já calculasse que não iria ter a alegria de ter mais filhos, logo a ideia de ter um rapaz estava ultrapassada, mas já cá volto.
E porquê o rapaz, para além de achar piada aos miúdos? Porque sempre quis ser a Princesa de alguém, porque gostava de ser um dos grandes amores da vida de um homem, porque gostava de, mesmo sendo a mulher mais feia do mundo, que fosse das mais lindas para um homem, porque gostava de ter um homem como só meu para o resto dos meus dias, porque queria amar incondicionalmente e ser amada, porque desejava que um homem pusesse os meus cozinhados à frente dos cozinhados das outras, porque acontecesse o que acontecesse haveria um tipo à face da terra que nunca me iria magoar gratuitamente, usar, trair...e acima de tudo queria contribuir para que surgisse uma geração de homens que respeitam as suas mulheres.
Saiu tudo ao lado, nem o primeiro filho foi rapaz, nem houve mais filhos, nem nada do resto se passou, mas, passado o choque inicial, como é óbvio apaixonei-me pela minha menina rapidamente e hoje não me vejo de outra forma.
E afinal, também podemos ser as princesas das nossas filhas, as mulheres da vida delas. Hoje, estava eu a arranjar-me para sair e oiço algo que me fez borrar a treta do rímel:
"Mamã, não precisas de te maquilhar. Tu já és linda quando acordas e eu adoro-te! Quero ser como tu, igual a ti!"
E é isto, há que ver as coisas de todas as perspectivas. Pode ser que daqui a uns anos me arranje um genro porreiro que a trate bem e seja um fofo para a sogra gira que lhe vai calhar.
Não sou diferente nos sonhos, talvez o seja nos valores e na integridade. Mas até certa altura pensei num casamento de conto de fadas, pensei que iria viver um grande amor e ser feliz para sempre, pensei que ia ter 3 filhos e tantas outras coisas.
E aí tive o desafio. Tinha a certeza de que teria no mínimo 2 filhos e que o primeiro seria um rapaz. Nunca coloquei outra hipótese. Por um lado, por vir de uma família matriarcal, muita mulher, ter um rapaz seria maravilhoso para mim. Por outro lado acho imensa piada aos miúdos rapazes; aquele ar rufia, as bolas, os carrinhos, acho-os uns fofos. Quando fiquei grávida da Unicórnio Magenta sempre me referi a ela como "o meu bebé" com a imputação do género masculino bem implícita, e mesmo quando o pai me dizia para eu não me convencer que era um rapaz, pois caso não fosse eu poderia ficar desiludida, eu ainda lhe dizia que, se fosse rapariga, a culpa era dele. Lembro-me que numa dada ecografia perguntei ao médico se o meu filho já se deixava ver quando sou confrontada com a grande possibilidade de ser a Unicórnio Magenta. Confesso que me caiu tudo e demorei umas horas a digerir. Um dos sonhos de uma vida tinha-se esfumado e talvez inconscientemente eu já calculasse que não iria ter a alegria de ter mais filhos, logo a ideia de ter um rapaz estava ultrapassada, mas já cá volto.
E porquê o rapaz, para além de achar piada aos miúdos? Porque sempre quis ser a Princesa de alguém, porque gostava de ser um dos grandes amores da vida de um homem, porque gostava de, mesmo sendo a mulher mais feia do mundo, que fosse das mais lindas para um homem, porque gostava de ter um homem como só meu para o resto dos meus dias, porque queria amar incondicionalmente e ser amada, porque desejava que um homem pusesse os meus cozinhados à frente dos cozinhados das outras, porque acontecesse o que acontecesse haveria um tipo à face da terra que nunca me iria magoar gratuitamente, usar, trair...e acima de tudo queria contribuir para que surgisse uma geração de homens que respeitam as suas mulheres.
Saiu tudo ao lado, nem o primeiro filho foi rapaz, nem houve mais filhos, nem nada do resto se passou, mas, passado o choque inicial, como é óbvio apaixonei-me pela minha menina rapidamente e hoje não me vejo de outra forma.
E afinal, também podemos ser as princesas das nossas filhas, as mulheres da vida delas. Hoje, estava eu a arranjar-me para sair e oiço algo que me fez borrar a treta do rímel:
"Mamã, não precisas de te maquilhar. Tu já és linda quando acordas e eu adoro-te! Quero ser como tu, igual a ti!"
E é isto, há que ver as coisas de todas as perspectivas. Pode ser que daqui a uns anos me arranje um genro porreiro que a trate bem e seja um fofo para a sogra gira que lhe vai calhar.
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