Avançar para o conteúdo principal

O receio do autismo

Muito no início de vida da minha filha, reparei nalguns sinais que achei serem incomuns e havia algo nela que me causava preocupação.

Para além do facto de ter sido exposta a um sofrimento e a uma humilhação tremendas enquando estava no período de gestação, sem qualquer apoio por parte do progenitor, afectos ou até gratidão pela filha que lhe ia dar...o meu estado emocional degradou-se ao limite e o stress apoderou-se de mim.

O parto teve complicações, eu enquanto puérpera sofri um bom bocado e tinha um certo "receio" dela. De não estar à altura da missão que me foi dada para cumprir. E para além do stress e de toda a mudança que é colocarem-nos um filho nas mãos, havia algo nela que era estranho e especial.

Comecei a ficar preocupada na fase em que supostamente ela já deveria rir...e nada. E continuei preocupada quando me apercebi que poucos bonecos lhe chamavam a atenção, e quando o fazia, era por pouco tempo, e atirava tudo para o chão e parece que tudo a insatisfazia.

Comecei a ler coisas, a sofrer antecipadamente e a tentar perceber em que medida o que eu passei no final da gravidez teria afectado ainda mais a minha bebé.

Contudo, na fase de crescimento em que está neste momento pelo que vejo o desenvolvimento está perfeitamente enquadrado e o convívio com outros bebés tem sido feito de uma forma muito terna e salutar.

Todos dizemos o mesmo quando suspeitamos que as coisas más nos toquem, mas ia ser muito duro lidar com um problema grave como este com a minha menina.

Ela é no fundo a minha vida, a minha inspiração o objecto dos maiores sonhos que lhe possa proporcionar.

Embora eu neste momento ande com umas quantas questões de saúde, mas nada que não se resolva, para ela peço acima de tudo saúde e que eu tenha sempre forças, coragem e braços para lhe proporcionar tudo o que a minha piolha merece.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en