Decorridos 67 anos sobre a libertação do "emblemático" Campo de Concentração e de Extermínio de Auschwitz, imagino (não consigo imaginar sequer um terço) do que poderão estar a sentir as pessoas que por lá passaram, que por lá perderam familiares; estou sobretudo com as vítimas de genocídio por esse mundo fora, sem sequer me ser possível emitir grandes considerações acerca do que foi o Holocausto.
Lembro-me que até aos meus 18/19 anos, imaginava que se um dia fosse à Polónia, gostaria de ver com os meus próprios olhos este cenário onde foram cometidas tantas atrocidades para com o povo judeu e não só.
Diziam-me sempre, quem já lá tinha ido, que não era boa ideia, pois mal se passam os portões daquela imensidão, a atmosfera fica pesada e muitas vezes as nossas pernas fraquejam.
Achei mesmo assim que "gostaria" de ver com os meus olhos o que foi "aquilo".
Andava eu no 2º/3º ano de faculdade e na cadeira de História Contemporânea do séc. XX a professora lembrou-se de nos passar um documentário com imagens e depoimentos reais da época em questão.
E decorridos talvez uns 15 anos desde essa aula, ainda me lembro como se fosse hoje do que vi, daqueles seres cadavéricos agarrados a uma rede com os olhos num horizonte que há muito tinham deixado de ver; dos abat-jours que faziam com retalhos de pele humana; de colocarem um homem dentro de um forno e ver-se minutos o que dele restava...enfim, aquelas imagens arrepiaram-me e continuo a lembrar-me delas sempre que estas datas se cumprem.
De facto, dou razão a quem mo disse há muitos anos atrás...jamais quererei ir àquele local onde se viveu um sofrimento atroz.
Estive em Berlim há uns anos e confesso que houve locais que me impressionaram pela negativa...mas tenho pena de não ter tido a oportunidade de me dirigir ao Museu Do Holocasto para poder prestar a minha homenagem aos que tanto sofreram com aquele regime.
...infelizmente há criaturas por esse mundo fora que continuam a não aprender nada com o passado.
Comentários
Talvez ajudasse a abrir muita mente estúpida que por aí há.