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Uma semana sinistra

Depois da cena do rato e mais uma ou outra peripécia, hoje só me faltava mesmo o que aconteceu de manhã para eu ficar "au point".

Tinha eu acabado de deixar a Bébécas na avó, dirigi-me para o acesso à auto-estrada quando me deparo com um senhor para aí com os seus 60 anos a esbracejar no meio de uma via reservada a veículos automóveis, olho para o lado e vejo o carro do senhor a deitar fumo preto por todos os lados e na zona do motor ou sei lá eu do quê começo a ver labaredas.

O que me impressionou foi o facto do senhor estar desesperado, toda a gente a reduzir a velocidade para espreitar...e nada! Quem quiser que se governe!

Fiquei num estado de nervos tão grande que confesso que tão pouco parei ali na berma mas tive a presença de espírito para ligar logo para o 112, daí passaram-me para a Protecção Civil e daí para os Bombeiros. Curiosamente nenhum destes organismos tinha ainda recebido qualquer alerta face a esta situação...e eu penso, onde está o coração de todas as pessoas que passaram por aquele cenário antes de mim.

Lá me disseram que iam mandar de imediato uma viatura; assim que cheguei ao emprego liguei directamente para os Bombeiros para saber se já tinham alguma novidade, pediram-me para ligar mais tarde...lá voltei a ligar e ao que me garantiram tudo estava solucionado e o senhor em causa estava a ser devidamente acompanhado.

Ufa, pelo menos sinto que dentro do que me foi possível consegui ajudar; outra coisa não me sai da cabeça...a minha próxima compra vai ser um extintor. É uma coisa tão simples e naquele momento tinha feito toda a diferença.

Por fim, dissertando um pouco acerca da falta de solidariedade da espécie humana para com o seu semelhante, concluo apenas o seguinte: se o progenitor da minha Bébécas me fez o que fez, pondo à frente dos sentimentos que eu nutria por ele, da vida que tínhamos em comum e da criança que daí a semanas ia nascer, um capricho meramente físico, porco e sexual, tendo coragem para me mandar para casa das minhas amigas, elas que tratassem de mim e que seu eu precisasse de boleia para o hospital, para lhe ligar...ligação essa que mesmo que eu a quisesse fazer a criatura quando estava acompanhada pela galmudas até se dava ao luxo de o ter (telemóvel) desligado...como é que podemos querer que pessoas anónimas parem um carro ou peçam auxílio para ajudar um senhor que ainda por cima já tinha uma certa idade e tinha o carro a arder à sua frente.

Acabou-se de facto a moralidade e o respeito pelo nosso semelhante, e tenho dito!

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