A morte é o fim, não deixa margem para retrocessos ou arrependimentos e, por muitas crenças pessoais que haja, a verdade é que ninguém sabe para o que vai. Sabemos sim, que é o fim de uma linha, de um caminho e sabemos também que jamais iremos ver os que morrem, pelo menos da forma que conhecemos. A morte é tristeza, a morte é escuridão, a morte é dor. A morte é um fim.
Ultimamente fala-se mais de morte do que nunca e a minha filha, viciada que é em informação, tem sempre questões pertinentes. Ontem à noite ficou confusa quando ouviu falar em câmaras frigoríficas para armazenar corpos.
“Mãe, também põem as pessoas no frigorífico?”.
Escusado será dizer que se seguiu uma breve e tentei que não traumatizante explicação acerca da decomposição dos corpos. Explicação terminada, pensava eu e eis que ela questiona formas de sepultar cadáveres.
Expliquei que há quem opte pela inumação, cremação ou colocar o corpo em jazigo.
“Ah mãe, pois. Quando as pessoas vão para debaixo da terra já não cheiram mal? O corpo já não apodrece?”
Lá lhe expliquei que a terra vai ajudar ao processo de decomposição dos corpos em que a nossa carne se vai desintegrando e irá restar a estrutura óssea.
Conclusão da minha filha:
“Pois mamã, assim até servimos de fertilizante porque somos matéria orgânica!”
O tema não é para rir, mas não consigo deixar de lhe achar mesmo muita graça. A miúda pensa e isso é das maiores riquezas interiores que ela tem.
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