Avançar para o conteúdo principal

A morte

 A morte é o fim, não deixa margem para retrocessos ou arrependimentos e, por muitas crenças pessoais que haja, a verdade é que ninguém sabe para o que vai. Sabemos sim, que é o fim de uma linha, de um caminho e sabemos também que jamais iremos ver os que morrem, pelo menos da forma que conhecemos. A morte é tristeza, a morte é escuridão, a morte é dor. A morte é um fim.

Ultimamente fala-se mais de morte do que nunca e a minha filha, viciada que é em informação, tem sempre questões pertinentes. Ontem à noite ficou confusa quando ouviu falar em câmaras frigoríficas para armazenar corpos.

“Mãe, também põem as pessoas no frigorífico?”.

Escusado será dizer que se seguiu uma breve e tentei que não traumatizante explicação acerca da decomposição dos corpos. Explicação terminada, pensava eu e eis que ela questiona formas de sepultar cadáveres. 

Expliquei que há quem opte pela inumação, cremação ou colocar o corpo em jazigo. 

“Ah mãe, pois. Quando as pessoas vão para debaixo da terra já não cheiram mal? O corpo já não apodrece?”

Lá lhe expliquei que a terra vai ajudar ao processo de decomposição dos corpos em que a nossa carne se vai desintegrando e irá restar a estrutura óssea.

Conclusão da minha filha:

“Pois mamã, assim até servimos de fertilizante porque somos matéria orgânica!”

O tema não é para rir, mas não consigo deixar de lhe achar mesmo muita graça. A miúda pensa e isso é das maiores riquezas interiores que ela tem.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...