Avançar para o conteúdo principal

Quando, por desvarios da vida, começamos a conhecer tão bem o lado menos bom de uma ou outra pessoa, e passamos a antever os seus comportamentos

Foi confirmado pela contra-parte que me devolvia a miúda dia 30. A verdade é que não extrapolei esta informação para o rigor necessário e esqueci-me involuntariamente de questionar de que mês. Devia tê-lo feito.

Mas como já conheço à légua a falta de rigor da pessoa em questão, hoje quando a pequena me ligou, depois de conversarmos pedi-lhe o favor de passar o telefone ao pai, caso o mesmo estivesse disponível. O diálogo foi surreal, mas nada que eu já não esperasse. Quando as pessoas nos habituam ao deslize, é o deslize que esperamos, por isso, como que a antever que amanhã me iria chatear, resolvi começar hoje a esclarecer as coisas. Ao lhe perguntar a que horas é que tinha previsto devolver-me a criança amanhã, entre uma ou outra hesitação diz-me o seguinte:

"Ah, amanhã? É que eu estava a pensar levá-la só no sábado!"

Nem contei até 10, resolvi logo esclarecer que o pré-acordado era ela ser-me entregue dia 30, e assim teria que ser, pelo que precisava de saber a hora.

"Ah, eu estava a pensar aproveitar o dia todo e só chego tarde, muito tarde."

Ok retorqui eu. O que é tarde para si, 10 da noite, 1 da madrugada? É que eu preciso de saber uma hora prevista para me devolver a miúda, porque a minha vida não é estar à sua espera.

Bom, lá disse que o mais certo era chegar depois da meia noite, mas que ainda assim como os miúdos viriam a dormir, era melhor entregá-la só no sábado.

Lá tive que me fazer explicar: estando a dormir ou não, teria que ser retirada do carro para se deitar, fosse onde fosse. Portanto que fosse retirada do carro à porta de casa da mãe, para depois dormir na cama dela, que foi o acordado. Será muito difícil fazer com que as pessoas percebam que aquilo com que se comprometem é para cumprir? Será que é muito difícil que este ser humano perceba que 15 dias volvidos, para uma criança que raramente se separa da mãe, a distância física começa a ser dolorosa para ambas? Ok, que se esteja a lixar para mim, eu sei disso desde os 7 meses de gravidez, mas pelo bem estar da própria miuda, deveria existir o mínimo de respeito e cuidado....ou sou eu que sou doida!?

Espero honestamente não ter que me chatear nas próximas horas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Apropriação

 Costuma ser um terreno simpático e bem cuidado, com relva bem aparada e quando o tempo o permite as crianças brincam até ao limite do dia. Fica em frente a minha casa.  Hoje testemunhei uma apropriação e que imagem mais maravilhosa. O pato Pateco descobriu uma nova casa, e enquanto ali houver água, desconfio que de lá não sairá. Vou investigar e dar-lhe um olá todos os dias. O pato Pateco merece. A beleza na simplicidade…

"Quem me Leva os Meus Fantasmas"

Tive oportunidade de ver há dias uma entrevista com o Pedro Abrunhosa (músico de que gosto bastante pela sua atitude e mensagens que passa) em que ele dizia que as suas músicas/letras são o reflexo das suas catarses, de situações que o perturbam, ou que lhe agradam e que ele tem que extrapolar para o exterior. Achei engraçada a analogia, pois com o sentido de humor que lhe é característico refere que é uma maneira de não perder tempo e dinheiro a ir ao Psiquiatra, entretém as pessoas e ainda lhe pagam para isso. O filósodo Lou Marinoff, brilhante também, como forma de evitarmos a cadeira do analista propõe-nos "Mais Platão, Menos Prozac". Concordo com ambos. E aqui deixo uma letra fabulosa de Pedro Abrunhosa, que transmite muitas das certezas e incertezas da minha existência, e foi também a seu tempo a banda sonora de eleição de uma anterior relação por mim vivida. Quem Me Leva os Meus Fantasmas "Aquele era o tempo Em que as mãos se fechavam E nas noites brilhantes as p