E então eu ter que me levantar em sobressalto eram para aí umas 3 da madrugada com umas dores daquelas mesmo a sério que até me apetecia morder a almofada!?
E pensar....é hoje! (mas ainda ia demorar bastante). Mantive uma calma e uma presença de espírito que não imaginava, percorri a minha casa vezes sem conta, de um lado para o outro para aliviar as dores e alguma (muita) expectativa. Fui fazer a minha cama, certificar-me de que o berço da Bébécas estava preparado para quando regressássemos a casa, tomei banho, lavei de seguida a casa de banho, deixei tudo mais ou menos arrumadinho, olhei para as coisas, para as roupinhas dela, para os objectos da casa e pensei que quando saísse, da próxima vez que ali entrasse já seria Mãe.
Não entrei em pânico, embora aquelas dores agudas que mais pareciam facas a espetarem-se na minha pélvis me provocassem muito desconforto e cansaço e resolvi esperar que o Sol raiasse, não pedi ajuda, não entrei em pânico, pois decidi que se as árvores morrem de pé, eu não iria sair de minha casa como a pobre coitada cujo companheiro lhe pôs os palitos e se esteve a "cagar" que tinha uma filha a nascer.
O Sol nasceu, fiz um telefonema à minha madrinha, desci o meu terceiro andar, entrei no meu carro e fui a conduzir em trabalho de parto até Lisboa! Apenas lhe disse que se eu demorasse mais do que 20 minutos, algo poderia ter acontecido, mas para ela ficar tranquila, porque eu estava serena e precisava de fazer aquele percurso a sós com a minha filha na barriga e os meus pensamentos.
Depois, cheguei à MAC por volta das 09:00h da manhã, a panóplia do costume, "toques" infindáveis, CTG, análises, os alertas de que eu era uma grávida que necessitava de algum acompanhamento e o veredicto clínico - bebé muito subida, útero verde, dilatação a 0, muitas dores mas nada a fazer.
Então e agora!? - bem, agora vamos ter que esperar que as dores passem dos 15 minutos para os 5 e/ou que a bolsa de águas rebente, e....andar muito a pé.
Sim sim, eu já andava curvada, já não tinha posição, já fazia respiração ofegante e ainda tinha o prognóstico de esperar horas ou dias...saí cheia de dores físicas e psicológicas, mas tranquila perante o cenário, resignada que teria que esperar e posso dizer que foi o 2º momento na minha vida em que as horas me pareceram meses talvez.
Procurei descansar, ficar numa posição que aliviasse as dores, na expectativa de sentir a bolsa de águas a dar sinal (facto que não aconteceu), mas foram horas de sofrimento, um sofrimento doce que repetiria dezenas de vezes, mas que não deixou de ser um grande sofrimento.
Enjoada, sem vontade de almoçar, lanchar, fosse o que fosse, apenas concentrada em respirar como devia de ser quando vinha mais uma contracção, espremer-me toda e gemer baixinho, como que a ajudar a minha mente na difícil tarefa de me concentrar apenas no parto que estava a aproximar-se.
E pensar....é hoje! (mas ainda ia demorar bastante). Mantive uma calma e uma presença de espírito que não imaginava, percorri a minha casa vezes sem conta, de um lado para o outro para aliviar as dores e alguma (muita) expectativa. Fui fazer a minha cama, certificar-me de que o berço da Bébécas estava preparado para quando regressássemos a casa, tomei banho, lavei de seguida a casa de banho, deixei tudo mais ou menos arrumadinho, olhei para as coisas, para as roupinhas dela, para os objectos da casa e pensei que quando saísse, da próxima vez que ali entrasse já seria Mãe.
Não entrei em pânico, embora aquelas dores agudas que mais pareciam facas a espetarem-se na minha pélvis me provocassem muito desconforto e cansaço e resolvi esperar que o Sol raiasse, não pedi ajuda, não entrei em pânico, pois decidi que se as árvores morrem de pé, eu não iria sair de minha casa como a pobre coitada cujo companheiro lhe pôs os palitos e se esteve a "cagar" que tinha uma filha a nascer.
O Sol nasceu, fiz um telefonema à minha madrinha, desci o meu terceiro andar, entrei no meu carro e fui a conduzir em trabalho de parto até Lisboa! Apenas lhe disse que se eu demorasse mais do que 20 minutos, algo poderia ter acontecido, mas para ela ficar tranquila, porque eu estava serena e precisava de fazer aquele percurso a sós com a minha filha na barriga e os meus pensamentos.
Depois, cheguei à MAC por volta das 09:00h da manhã, a panóplia do costume, "toques" infindáveis, CTG, análises, os alertas de que eu era uma grávida que necessitava de algum acompanhamento e o veredicto clínico - bebé muito subida, útero verde, dilatação a 0, muitas dores mas nada a fazer.
Então e agora!? - bem, agora vamos ter que esperar que as dores passem dos 15 minutos para os 5 e/ou que a bolsa de águas rebente, e....andar muito a pé.
Sim sim, eu já andava curvada, já não tinha posição, já fazia respiração ofegante e ainda tinha o prognóstico de esperar horas ou dias...saí cheia de dores físicas e psicológicas, mas tranquila perante o cenário, resignada que teria que esperar e posso dizer que foi o 2º momento na minha vida em que as horas me pareceram meses talvez.
Procurei descansar, ficar numa posição que aliviasse as dores, na expectativa de sentir a bolsa de águas a dar sinal (facto que não aconteceu), mas foram horas de sofrimento, um sofrimento doce que repetiria dezenas de vezes, mas que não deixou de ser um grande sofrimento.
Enjoada, sem vontade de almoçar, lanchar, fosse o que fosse, apenas concentrada em respirar como devia de ser quando vinha mais uma contracção, espremer-me toda e gemer baixinho, como que a ajudar a minha mente na difícil tarefa de me concentrar apenas no parto que estava a aproximar-se.
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