De facto, desde o último trimestre da minha gravidez até agora, que não tem sido fácil.
Nem tudo foi mau, tive uma filha perfeita, até à data saudável que compensa em larga medida tudo o que de mau ensombra a história, mas mesmo assim é difícil.
Os primeiros dias em casa não foram fáceis, o problema de saúde que tive umas semanas após o parto não foi fácil, o ter deixado de amamentar numa altura em que não o foi por minha opção pessoal, nem tão pouco por não produzir, mas por uma situação bastante pior...foi algo que me marcou, o último dia em amamentei a minha filha pela última vez e o que sofri sempre que ela procurava o meu peito e eu não lho podia dar...doeu e dói quando me lembro.
Após se habituar à vida cá fora, as noites eram tranquilas, se bem que tinha que me sentir por perto, e aí a nossa "Orelhinhas" foi das melhores prendas que lhe podiam ter oferecido, pois o facto de ter o meu cheiro faz com até hoje seja um dos brinquedos que consegue a bravura de a tranquilizar.
A fase dos dentes também não foi fácil, muitas dores, muito incómodo, aquele susto do internamento aos 10 meses, a alegria das primeiras palavras, dos primeiros beijinhos, do gatinhar, dos primeiros passos....um stress com aquela maldita diarreia que me punha em pânico de cada vez que tinha que lhe mudar a fralda, pois aquele rabinho estava um caos...e foi aí que descobri que a urgência pediátrica do Hospital da Luz é muito mais ao meu gosto do que a das "Descobertas".
Enfim, tudo coisas corriqueiras mas que para uma mãe de primeira viagem sozinha a arcar com tudo...não é de todo fácil.
Curiosamente aos quase 32 meses de vida, dá-me mais noites más agora, do que nos primeiros dias; para além de que o choro é bem mais forte e procupa-me que os vizinhos acordem em sobressalto com a choradeira; lá passo de quando em vez umas quantas noites com ela às costas, e depois lá vou trabalhar só eu sei com que coragem, a dever muitas horas ao meu merecido descanso.
E é precisamente nas alturas em que me sente (e estou) mais esgotada, que ela mais demonstra o quanto precisa de mim. Freud tem uma teoria para o que eu estou a viver neste momento: um apego desmesurado à minha pessoa, o querer copiar tudo aquilo que vê em mim, o enaltecer a beleza que talvez apenas seja visível para ela e o sindrome do abandono. Por mais que eu lhe diga que o facto de me afastar num ou noutro momento, não quer dizer que me vá embora...ela ainda não o entende. É preciso eu estar a carregar toneladas de sacos de compras para ela querer partilhar também o meu colo; já dei comigo a desfalecer, sentar-me no vão de escadas com os sacos de um lado, ela do outro, e correr uma lágrima sorrateira (sem que ela veja), tudo por exaustão...e pensar que quanto mais nos dedicamos às pessoas, mais patadas levamos...mas ela é uma das duas inocentes de todo este episódio, a mais inocente de todas.
....então pego nela, nos sacos que consigo, o resto fica onde está, e faço as viagens necessárias para carregar tudo, incluindo a pequena, para cima e para baixo.
Aconteceu há uns dias deixar esquecida no rés-do-chão uma palete de leite, dar pela falta dela um dia depois, e curiosamente lá estava a dita à minha espera (tenho vizinhos muito honestos).
Mas esta fase, está a ser a pior dos últimos tempos e por muito que Freud tenha deixado obra feita, nem sempre consigo aplicar na prática tudo aquilo que aprendi; se há coisa que abomino são as birras de atirar para o chão....depois cada herói é um crítico, educação é-lhe dada em casa, mas que esta fase está a ser desgastante, está. Não posso esquecer que tudo o que se passou nos últimos tempos de gravidez se reflecte nalgumas atitudes dela, alguns medos, algumas revoltas, mas tenho alturas em que ainda não consegui perceber qual a melhor forma, para ela, de actuar.
No fundo, não é daquelas crianças exigentes que quer isto e aquilo, não faz cenas nas lojas a querer trazer coisas que não pode...apenas me quer de uma forma peculiar e está numa fase que tudo o que faço, digo, visto, enfim...é para ser seguido à risca porque a mamã "é muito bonita".
Parece simples, mas não é mesmo nada fácil.
Espero continuar a ter forças, sabedoria, coragem para conseguir ultrapassar todas as fases por que ela vai passar nos próximos tempos, ter a capacidade de continuar a dar-lhe tanto ou mais amor do que lhe tenho dado, educação, paciência e sobretudo mecanismos que ajudem a que estas fases mais "duras" de desenvolvimento da personalidade sejam softs.
Nem tudo foi mau, tive uma filha perfeita, até à data saudável que compensa em larga medida tudo o que de mau ensombra a história, mas mesmo assim é difícil.
Os primeiros dias em casa não foram fáceis, o problema de saúde que tive umas semanas após o parto não foi fácil, o ter deixado de amamentar numa altura em que não o foi por minha opção pessoal, nem tão pouco por não produzir, mas por uma situação bastante pior...foi algo que me marcou, o último dia em amamentei a minha filha pela última vez e o que sofri sempre que ela procurava o meu peito e eu não lho podia dar...doeu e dói quando me lembro.
Após se habituar à vida cá fora, as noites eram tranquilas, se bem que tinha que me sentir por perto, e aí a nossa "Orelhinhas" foi das melhores prendas que lhe podiam ter oferecido, pois o facto de ter o meu cheiro faz com até hoje seja um dos brinquedos que consegue a bravura de a tranquilizar.
A fase dos dentes também não foi fácil, muitas dores, muito incómodo, aquele susto do internamento aos 10 meses, a alegria das primeiras palavras, dos primeiros beijinhos, do gatinhar, dos primeiros passos....um stress com aquela maldita diarreia que me punha em pânico de cada vez que tinha que lhe mudar a fralda, pois aquele rabinho estava um caos...e foi aí que descobri que a urgência pediátrica do Hospital da Luz é muito mais ao meu gosto do que a das "Descobertas".
Enfim, tudo coisas corriqueiras mas que para uma mãe de primeira viagem sozinha a arcar com tudo...não é de todo fácil.
Curiosamente aos quase 32 meses de vida, dá-me mais noites más agora, do que nos primeiros dias; para além de que o choro é bem mais forte e procupa-me que os vizinhos acordem em sobressalto com a choradeira; lá passo de quando em vez umas quantas noites com ela às costas, e depois lá vou trabalhar só eu sei com que coragem, a dever muitas horas ao meu merecido descanso.
E é precisamente nas alturas em que me sente (e estou) mais esgotada, que ela mais demonstra o quanto precisa de mim. Freud tem uma teoria para o que eu estou a viver neste momento: um apego desmesurado à minha pessoa, o querer copiar tudo aquilo que vê em mim, o enaltecer a beleza que talvez apenas seja visível para ela e o sindrome do abandono. Por mais que eu lhe diga que o facto de me afastar num ou noutro momento, não quer dizer que me vá embora...ela ainda não o entende. É preciso eu estar a carregar toneladas de sacos de compras para ela querer partilhar também o meu colo; já dei comigo a desfalecer, sentar-me no vão de escadas com os sacos de um lado, ela do outro, e correr uma lágrima sorrateira (sem que ela veja), tudo por exaustão...e pensar que quanto mais nos dedicamos às pessoas, mais patadas levamos...mas ela é uma das duas inocentes de todo este episódio, a mais inocente de todas.
....então pego nela, nos sacos que consigo, o resto fica onde está, e faço as viagens necessárias para carregar tudo, incluindo a pequena, para cima e para baixo.
Aconteceu há uns dias deixar esquecida no rés-do-chão uma palete de leite, dar pela falta dela um dia depois, e curiosamente lá estava a dita à minha espera (tenho vizinhos muito honestos).
Mas esta fase, está a ser a pior dos últimos tempos e por muito que Freud tenha deixado obra feita, nem sempre consigo aplicar na prática tudo aquilo que aprendi; se há coisa que abomino são as birras de atirar para o chão....depois cada herói é um crítico, educação é-lhe dada em casa, mas que esta fase está a ser desgastante, está. Não posso esquecer que tudo o que se passou nos últimos tempos de gravidez se reflecte nalgumas atitudes dela, alguns medos, algumas revoltas, mas tenho alturas em que ainda não consegui perceber qual a melhor forma, para ela, de actuar.
No fundo, não é daquelas crianças exigentes que quer isto e aquilo, não faz cenas nas lojas a querer trazer coisas que não pode...apenas me quer de uma forma peculiar e está numa fase que tudo o que faço, digo, visto, enfim...é para ser seguido à risca porque a mamã "é muito bonita".
Parece simples, mas não é mesmo nada fácil.
Espero continuar a ter forças, sabedoria, coragem para conseguir ultrapassar todas as fases por que ela vai passar nos próximos tempos, ter a capacidade de continuar a dar-lhe tanto ou mais amor do que lhe tenho dado, educação, paciência e sobretudo mecanismos que ajudem a que estas fases mais "duras" de desenvolvimento da personalidade sejam softs.
Comentários