Avançar para o conteúdo principal

A minha relação com o estudo

Não sou um exemplo a seguir, pois seria um bocado arriscaco, mas a verdade é que em quase 20 anos de estudante não posso dizer que terra marrado por aí além, essa é a verdade.

Portanto será algo que apenas confessarei à minha filha quando ela tiver presença de espírito suficiente para o entender, apenas lhe mostrarei os certificados e as notas finais, agora as aventuras pelo meio...tempos que já lá vão.

Desde muito tenra idade se adivinhou que aqui havia uma mente com créditos cognitivos elevados, e eu sabia disso. Curiosamente as pessoas mais inteligentes que conheço, sabem-no também no seu caso.
O crítico era eu me aproveitar desses créditos de forma desvirtuada, ou seja, para quê me chatear, se ainda tenho tempo.

Pois que até ao 9º ano, não brilhei, tinha notas interessantes em cadeiras de Letras, mas o resto limitava-me a fazer o minimo exigido.
Com o 10º ano a minha postura mudou ligeiramente, mas confesso que não me estafei. Sabia exactamente do que precisava para ter um 15 aqui, um 17 ali, um 16 acolá; noites sem dormir não faziam parte do meu calendário lectivo. Mas eu tinha um truque, não passando horas agarrada aos livros, sempre gostei muito de ler e saber coisas novas; a leitura como hobbie ajudava a saber algumas coisas e também a atenção máxima que eu tinha nas aulas e que me fazia reter qualquer exclamação e interjeição.

Aqui me confesso, foi esse o meu segredo. Nunca copiei, nunca fiz cábulas. A fraude por si só sempre me causou arrepios, o medo de ser apanhada e de ser envergonhada pela minha mãe à frente de toda a gente ainda piorava mais qualquer tentativa de prevaricar as regras do jogo. Na realidade não era necessário fazê-lo.

No secundário propriamente dito, tive o meu brilho, no acesso à faculdade brilhei ainda mais e o percurso académico seguiu a mesma tendência. Estafei-me sim no último ano do curso, com estágio numa prisão, tese de licenciatura e aí sim o desejo de merecer estar na elite, sem que alguém tenha dado por isso.

E assim foi; sempre que olho para o meu canudito ali guardado na pasta verde é impossível não sorrir.

Para a minha filha, quero que ela se esforce ao máximo; os tempos são outros, a competição desmedida e quanto melhores formos, mais sucesso podemos alcançar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.