Neste dia em que apareço sorridente mas ia literalmente morrendo, apanhei 45 graus à sombra. Nem sequer era Verão. A água que bebia não tinha o efeito desejado pois não compensava a que o corpo perdia. A minha filha então, sendo criança acho que “morreu” mesmo e ressuscitou. Foi um susto. Nós que já tínhamos andado pelo deserto do Sahara, nem nesse local inóspito apanhámos temperaturas destas e a sensação de ruptura do corpo.
E pensei…bom, a isto prefiro o frio. Só que não. Aqui eu podia estar a derreter mas o meu sorriso tinha expressão. Agora estou congelada. Não consigo aquecer verdadeiramente. E penso nos sem-abrigo. Não consigo deixar de pensar em quem não tem um tecto, aquecimentos, água quente, agasalhos.
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