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Quando um dia para celebrar se transforma num dia para relembrar

Hoje foi um dia que...simplesmente foi. Não deixar de pensar em quem já partiu, também cedo mais. Tenho azar. As pessoas mais importantes da minha vida, ou nunca lá estiveram, ou partiram cedo demais.

As que nunca lá estiveram...bom, na verdade não se pode sentir falta do que nunca se teve, mas as que partiram cedo demais e que ocupam um lugar de peso no meu espectro emocional, essas ao partirem deixaram feridas que os anos não curam, nem tão pouco apaziguam.

E foi um dia de lágrima teimosa a saltar do olho, de lembranças de férias, passeios, tardes fantásticas em Campo de Ourique, conversas mais ou menos profundas, parvoíces e o recordar de quem esteve comigo nos meus momentos mais conturbados e difíceis, sendo o maior deles o nascimento da minha filha. Depois dos meus braços, foi nos dela que encontrou o primeiro aconchego, foi na segurança dela que tomou o primeiro banho. Já não vou a tempo, mas se tivesse outra filha, dar-lhe-ia o nome Margarida.

Esteja onde estiver, e espero que bem melhor do que nos últimos tempos de vida, envio-lhe um beijinho enorme, do tamanho de todos os mundos e um forte abraço de gratidão, que jamais conseguirei demonstrar que lhe tenho e sempre terei.

Era o dia dela hoje, 19 de Maio. Por norma um dia de Primavera bonito, alegre, como ela era. Até sempre Madrinha, sinto mesmo muito a tua falta, cada vez mais.

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