Hoje foi mais um desses dias. A cirurgia aos pés não foi nada de mais, mas não deixou de ser uma cirurgia. Curiosamente o que eu pensava que me ia causar mais dor (que seria o osso) nem me incomoda, e o improvável, que até nem tinha sido planeado fazer antes da cirurgia, é que me está a causar desconforto. Tretas, desconforto o tanas; dor mesmo.
O corte no tendão dos dedos, e a sua recuperação. A recuperação do movimento, facto a que não ligamos no dia-a-dia. Tinha lá eu noção do quando flectia os dedos dos pés ao caminhar. É algo natural que nos últimos dias se transformou num pequeno tormento. Sei que durante uns dias vou estar assim e aos poucos melhorarei, mas a verdade é que não está a ser fácil.
Comecei no sábado a calçar ténis e a verdade é que não tem sido fácil voltar ao normal. Mas sinto que se não forçar, vai demorar mais e eu nunca fui uma pessoa com falta de coragem. Não, isso não era para uma mulher que se faz à estrada a conduzir o seu próprio carro, sozinha e em trabalho de parto. Mas tal como essa viagem me custou e só eu sei o que custou, estes dias também têm sido agrestes.
Hoje decidi que não podia mais permitir que a Unicórnio Magenta faltasse à natação. Cada vez mais perante estes percalços penso na finitude da vida e em como ela não pode mesmo contar com muito mais pessoas e talvez por isso faça o que posso e o que não posso para não lhe falhar. E mesmo assim, falho tanto…
Cheguei até ela já em modo sofrimento a 70%. Dores, pés inchados, quentes, a arder mesmo. Mas fui e lá nadou ela até mais não. No fim da aula o meu sofrimento já ia a 110% e já me sentia como se a minha própria face se arrastasse pelo chão. Ela não ajudou, mas o que esperar de um ser humano de apenas 8 anos de vida!? Estava a querer brincadeira no balneário e eu sem a mínima paciência e devia estar a transparecer um sofrimento tal que uma senhora sorriu-se para mim e disse algo como "pobrezinha, não está fácil".
Ultrapassados esses obstáculos, quase chegada a casa, não havia lugar para estacionar. Duas voltas dadas ao quarteirão e acabei por deixar o carro a uns bons metros de distância. Noutra altura não seria nada, mas hoje senti-os que nem as Vinte Mil Léguas Submarinas do Júlio Verne. E ela a fazer cena para sair do carro e birra por lhe ter pedido para me trazer uma simples garrafa de água vazia.
Mais uma vez ultrapassados estes senões, cheguei a casa, descalcei-me, coloquei os pés na tijoleira fria e que bem me soube e...chorei. Chorei de cansaço, de dor, desconforto, tristeza. A criança não tem culpa, nenhuma mesmo, mas a verdade, é que por muita ferrugem que eu até possa ter, não sou de ferro e há dias em que elas, as lágrimas entenda-se, brotam sem aviso prévio e pouca vontade de secar.
Hoje foi o dia, mas já passou. Amanhã será outro dia.
O corte no tendão dos dedos, e a sua recuperação. A recuperação do movimento, facto a que não ligamos no dia-a-dia. Tinha lá eu noção do quando flectia os dedos dos pés ao caminhar. É algo natural que nos últimos dias se transformou num pequeno tormento. Sei que durante uns dias vou estar assim e aos poucos melhorarei, mas a verdade é que não está a ser fácil.
Comecei no sábado a calçar ténis e a verdade é que não tem sido fácil voltar ao normal. Mas sinto que se não forçar, vai demorar mais e eu nunca fui uma pessoa com falta de coragem. Não, isso não era para uma mulher que se faz à estrada a conduzir o seu próprio carro, sozinha e em trabalho de parto. Mas tal como essa viagem me custou e só eu sei o que custou, estes dias também têm sido agrestes.
Hoje decidi que não podia mais permitir que a Unicórnio Magenta faltasse à natação. Cada vez mais perante estes percalços penso na finitude da vida e em como ela não pode mesmo contar com muito mais pessoas e talvez por isso faça o que posso e o que não posso para não lhe falhar. E mesmo assim, falho tanto…
Cheguei até ela já em modo sofrimento a 70%. Dores, pés inchados, quentes, a arder mesmo. Mas fui e lá nadou ela até mais não. No fim da aula o meu sofrimento já ia a 110% e já me sentia como se a minha própria face se arrastasse pelo chão. Ela não ajudou, mas o que esperar de um ser humano de apenas 8 anos de vida!? Estava a querer brincadeira no balneário e eu sem a mínima paciência e devia estar a transparecer um sofrimento tal que uma senhora sorriu-se para mim e disse algo como "pobrezinha, não está fácil".
Ultrapassados esses obstáculos, quase chegada a casa, não havia lugar para estacionar. Duas voltas dadas ao quarteirão e acabei por deixar o carro a uns bons metros de distância. Noutra altura não seria nada, mas hoje senti-os que nem as Vinte Mil Léguas Submarinas do Júlio Verne. E ela a fazer cena para sair do carro e birra por lhe ter pedido para me trazer uma simples garrafa de água vazia.
Mais uma vez ultrapassados estes senões, cheguei a casa, descalcei-me, coloquei os pés na tijoleira fria e que bem me soube e...chorei. Chorei de cansaço, de dor, desconforto, tristeza. A criança não tem culpa, nenhuma mesmo, mas a verdade, é que por muita ferrugem que eu até possa ter, não sou de ferro e há dias em que elas, as lágrimas entenda-se, brotam sem aviso prévio e pouca vontade de secar.
Hoje foi o dia, mas já passou. Amanhã será outro dia.
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