Tenho por hábito partilhar, não só o que de melhor tenho de mim própria, quanto mais não seja o ombro e os ouvidos para quem deles precise (mesmo estando arrasada por vezes), como também o lado material da vida.
Comprei o enxoval todo da minha filha sozinha, sem qualquer ajuda de quem quer que seja, incluindo a Puericultura pesada, à excepção de "metade" da caminha de grades, que aproveitei uma oferta de um casal muito amigo quando ela nasceu - ofereceram 80€ em dinheiro e eu coloquei o resto e comprei a cama e o colchão e o baloiço da Fisher-Price oferecido pelos colegas de trabalho. Tudo o resto foi tudo tratado com algum sacrifício, e sem auxílio de ninguém.
Na altura do nascimento há sempre quem ofereça uns miminhos, muito úteis, mas no meio de todo o enxoval...
Há coisas que não consigo dar/emprestar. Existe um cueiro que comprei para ela vestir assim que nascesse, para "conhecer" o pai, lembro-me que o comprei na altura a pensar neles os dois com tanto amor...ela não o vestiu para o pai, esse indivíduo deixou de merecer qualquer acto bom da minha parte e acabou por vesti-lo para ir fazer o teste do pézinho, em que fui acompanhada por uma pessoa muito querida.
Esse cueiro, já o disse, é dela, continua a ter um significado muito forte para mim, e está emoldurado numa parede de destaque no quarto dela; não há quem entre ali, que mesmo não sabendo destes detalhes, não se emocione ao olhar para aquela obra. Não só o cueiro é lindo, como a própria ficou um encanto.
Existem outras peças que também não consigo partilhar, por um ou outro motivo, e as coisas dadas pela minha mãe, pela minha irmã, tão pouco sou capaz de dar.
De resto, a puericultura pesada, e a maioria das roupas que quero reaver (sabe-se lá para um dia...) partilhei com uma grande amiga e a filhota dela acabou até por estrear a Alcofa do Trio da Chicco que a minha filha acabou por nunca usar.
Outras roupas mais normais, das chamadas lojas low cost (zara, h&m, c&a) essas dou, estão novas e tenho todo o gosto em dá-las, tal como alguns brinquedos. Dou-as a um casalinho que 18 anos que teve um incidente e que daí adveio uma menina no ano passado, passam muitas dificuldades e são uns miúdos humildes, agradecidos e com força de vontade; mas faço questão que a minha filha saiba que as coisas dela são oferecidas a outra menina, faço questão que ela perceba que está a dar às coisas à bebé e que a bebé as vai usar e vão passar a ser dela.
Hoje, há pouco, fui tirar uma camisola de pijama para lhe vestir; que está mais vés do que rés, portanto indo a lavar já não volta para a gaveta, mas nem comentei, não foi preciso.
Disse ela assim:
- Óh mamã, está cósola tem mangas de bebé; eu puxo e elas sobem. Temos que ir dar à Ariana.
Emocionam-me estes pequenos rasgos, que significam tanto.
Comprei o enxoval todo da minha filha sozinha, sem qualquer ajuda de quem quer que seja, incluindo a Puericultura pesada, à excepção de "metade" da caminha de grades, que aproveitei uma oferta de um casal muito amigo quando ela nasceu - ofereceram 80€ em dinheiro e eu coloquei o resto e comprei a cama e o colchão e o baloiço da Fisher-Price oferecido pelos colegas de trabalho. Tudo o resto foi tudo tratado com algum sacrifício, e sem auxílio de ninguém.
Na altura do nascimento há sempre quem ofereça uns miminhos, muito úteis, mas no meio de todo o enxoval...
Há coisas que não consigo dar/emprestar. Existe um cueiro que comprei para ela vestir assim que nascesse, para "conhecer" o pai, lembro-me que o comprei na altura a pensar neles os dois com tanto amor...ela não o vestiu para o pai, esse indivíduo deixou de merecer qualquer acto bom da minha parte e acabou por vesti-lo para ir fazer o teste do pézinho, em que fui acompanhada por uma pessoa muito querida.
Esse cueiro, já o disse, é dela, continua a ter um significado muito forte para mim, e está emoldurado numa parede de destaque no quarto dela; não há quem entre ali, que mesmo não sabendo destes detalhes, não se emocione ao olhar para aquela obra. Não só o cueiro é lindo, como a própria ficou um encanto.
Existem outras peças que também não consigo partilhar, por um ou outro motivo, e as coisas dadas pela minha mãe, pela minha irmã, tão pouco sou capaz de dar.
De resto, a puericultura pesada, e a maioria das roupas que quero reaver (sabe-se lá para um dia...) partilhei com uma grande amiga e a filhota dela acabou até por estrear a Alcofa do Trio da Chicco que a minha filha acabou por nunca usar.
Outras roupas mais normais, das chamadas lojas low cost (zara, h&m, c&a) essas dou, estão novas e tenho todo o gosto em dá-las, tal como alguns brinquedos. Dou-as a um casalinho que 18 anos que teve um incidente e que daí adveio uma menina no ano passado, passam muitas dificuldades e são uns miúdos humildes, agradecidos e com força de vontade; mas faço questão que a minha filha saiba que as coisas dela são oferecidas a outra menina, faço questão que ela perceba que está a dar às coisas à bebé e que a bebé as vai usar e vão passar a ser dela.
Hoje, há pouco, fui tirar uma camisola de pijama para lhe vestir; que está mais vés do que rés, portanto indo a lavar já não volta para a gaveta, mas nem comentei, não foi preciso.
Disse ela assim:
- Óh mamã, está cósola tem mangas de bebé; eu puxo e elas sobem. Temos que ir dar à Ariana.
Emocionam-me estes pequenos rasgos, que significam tanto.
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