A miúda sofre de aracnofobia. Se numa simples mosca da fruta os olhos dela virem uma aranha, o caldo está entornado e a casa virada do avesso, gritaria, lágrimas e um grande drama. Se for mesmo uma aranha ela quase que entra em PCR. É tão, mas tão grave que eu já dei comigo a ter que parar na berma da auto-estrada para retirar uma aranha minúscula do carro - caso contrário arriscava-me a ter um acidente grave tal não era o descontrolo físico e emocional que se gerou dentro do habitáculo.
Mas por outro lado, não receia minimamente répteis, sobretudo cobras, sejam elas venenosas ou não. Ora bem, eu considero as cobras na sua génese um animal interessantíssimo mas...com a devida distância social e física. Pois a minha filha gosta da ideia de coabitar com esses animaizinhos.
Será que se lhe aparecer um espécime daqueles a sério, a opinião se mantém?
Já eu por exemplo tenho fobia a ratos, e a toda a sua extensa família. Para mim, um hamster é ratazana e entro em PCR igualmente se uma criatura dessas se aproximar de mim. O mesmo com morcegos, já que são a sua versão alada e a atirar para o tenebroso. E baratas também fazem sobressair de mim quase que uma histérica - não pelo seu aspecto nojento, mas sim por serem mesmo nojentas e badalhocas.
Mas acho igualmente os dragões de Komodo uns bicharocos imponentes - mas eles lá pela Indonésia e eu bem longe, entenda-se. Não gosto cá de misturas de reinos, cada animal no seu galho.
Isto tudo para chegar ao cerne da questão e nisso mãe e filha são semelhantes: mais depressa colapsamos perante um animal doméstico e inofensivo do que perante a natureza no seu estado mais puro, selvagem e letal.
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