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Não sou hipocondríaca

De todo; para ir ao médico num estado de doença, tenho mesmo que me sentir muito mal, porque caso contrário tenho a mania que resolvo tudo com a profilaxia caseira e com o tempo. Escusado será dizer até quando entrei em trabalho de parto que, hoje entendo que foi uma atitude que poderia ter causado graves problemas, mas lá fui com contracções, sozinha a conduzir o meu carro até Lisboa e no fim, correu tudo bem, ou não tivesse eu uma valente miúda.

Facilmente faço febres de 40º e mesmo perante a hipótese de poder ter convulsões, eu acho quase sempre que resolvo a situação sozinha e, na verdade, eu não tenho medo da morte em si. O que me preocupa é o que temos que sofrer até ela chegar e, obviamente sei que pelo menos a minha filha, ainda precisa de mim, daí talvez a minha arrogância em pedir mais uns anos, até ela ser auto-suficiente.

Mas a verdade é que hoje acordei com uma dor terrível no pulmão esquerdo, uma ligeira falta de ar e uma impressão estranha na garganta. E dadas as últimas notícias, dá que pensar....ah pois dá. Bom, não vale a pena pensar que é isto ou aquilo. Aguardemos que o pulmão volte ao lugar e me deixe respirar em condições, porque dar-me o badagaio sozinha em casa com a miúda não me parece muito porreiro.

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