Avançar para o conteúdo principal

Covid -19 versus Avó com excesso de zelo

Não sou uma pessoa hipocondríaca, e causa-me alguma irritabilidade e urticária aquelas pessoas que são demasiado exageradas no que toca a pensarem sequer que podem ter todas as doenças possíveis e imaginárias.

Fui inconsciente uma vez ou outra nalgumas fases da minha vida, mas sou humana; não que me falte ou tenha faltado a informação mas por vezes facilitamos. De qualquer modo cada vez mais tento não me colocar a jeito, tenho os devidos cuidados com a miúda, mas também não podemos exagerar, criar flores de estufa que depois não têm resistência a uma simples constipação.

Não sou nem nunca fui de ir a correr para o médico à primeira febre, não sou a favor de antibióticos e vacinas para tudo e mais alguma coisa, pelo que prefiro achar que são "males" necessários e que só devem de facto ser uma escolha, quando é necessário ou a sua função risco/benefício está equilibrada. Não queremos andar a sofrer se para tal não há necessidade. Portanto não é nem nunca foi meu apanágio andar a fugir de pessoas doentes, mas claro, se eu puder evitar contágios, tanto melhor.

Esta cena do Covid já me começa na realidade a deixar um pouco enervada. O vulgar vírus da gripe mata mais, mas a verdade é que nas últimas semanas, contrariamente ao que dizem as estatísticas, fala-se disto como se fosse a pior epidemia da Humanidade. E, por enquanto, não é.

Mas tudo bem, tenhamos respeito e os devidos cuidados, por nós, pelos nossos e pelos outros. E no entretanto a minha mãe que me manda uma mensagem a sugerir que eu deixe de levar a neta dela, que só por acaso é minha filha, à natação. Porque anda lá muita gente, porque o ambiente é muito quente e húmido e que é melhor não ir, e que se a neta apanha alguma coisa que ela não sabe como se iria sentir, blá blá blá.

Está o pânico instalado na cabeça da minha mãe. E eu penso: "não é caso para isso, até porque os miúdos nestas coisas e ironicamente apresentam mais resistênia e ainda não estamos propriamente em alerta máximo em Portugal". Mas também penso "a minha mãe está a agoirar, se me acontece alguma virose mínima que seja com a miúda vou ter que a ouvir e eu própria não me vou perdoar".

Portanto...dilemas com bicharocos, quem os não tem!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri