As últimas noites têm sido muito frias e dá que pensar que apesar de todo o conforto que temos, seja por sorte ou não, há quem tenha que passar estes dias na maior desolação e solidão.
Lembro-me muitas vezes dos sem abrigo e das estórias de vida que estarão por detrás de tão triste desfecho e vem-me à memória um episódio a que assisti há uns anos.
Nós, que apesar de nos queixarmos das agruras da vida e da economia nacional, lá vamos conseguindo manter os nossos prazeres; numa certa noite invernosa e gélida como aquelas que temos vivido nos últimos dias, fui jantar com uns amigos à Bica do Sapato e estava cá fora uma senhora idosa, com um cheiro fétido a urina, enregelada de frio a pedir algum dinheiro para comprar uma bebida quente...é irónico, a miséria a par da ostentação.
Confesso que já nem apreciei aquela refeição como em vezes anteriores, parecendo que no meu íntimo estava a cometer uma espécie de sacrilégio, de desrespeito para com quem não tem possibilidade de suportar um ou outro luxo.
Faz-nos bem de quando em vez reflectir acerca destes "fenómenos" e tentarmos valorizar acima de tudo as sortes que nos vão batendo à porta.
...estava uma noite fria ontem, muito fria, mas há coisas tão importantes e que tanto nos aquecem a alma.
A minha pequena Tinkerbell deu por mim a entrar no quarto, empertigou-se toda e espreitou pelas grades da camita com um ar cómico, como que dizendo "tou-te a ver".
Peguei nela, preparei a minha cama e dormimos as duas juntinhas e quentinhas.
Obviamente que são situações que raramente poderão ser repetidas, pois as crianças têm que ter presente qual é o seu espaço e qual o espaço da mãe (ou dos pais, nos casos de famílias em que haja mãe e pai), mas o gelo da noite de ontem não permitiu que deixasse a minha Tinkerbell a sentir um mínimo de frio que fosse...e soube tão bem, confesso, sentir o calorzinho do corpo dela, a mãozinha dela a afagar a minha face e a cabecinha a procurar o meu peito...é indescritível ser Mãe e poder usufruir de todas estas experiências.
Lembro-me muitas vezes dos sem abrigo e das estórias de vida que estarão por detrás de tão triste desfecho e vem-me à memória um episódio a que assisti há uns anos.
Nós, que apesar de nos queixarmos das agruras da vida e da economia nacional, lá vamos conseguindo manter os nossos prazeres; numa certa noite invernosa e gélida como aquelas que temos vivido nos últimos dias, fui jantar com uns amigos à Bica do Sapato e estava cá fora uma senhora idosa, com um cheiro fétido a urina, enregelada de frio a pedir algum dinheiro para comprar uma bebida quente...é irónico, a miséria a par da ostentação.
Confesso que já nem apreciei aquela refeição como em vezes anteriores, parecendo que no meu íntimo estava a cometer uma espécie de sacrilégio, de desrespeito para com quem não tem possibilidade de suportar um ou outro luxo.
Faz-nos bem de quando em vez reflectir acerca destes "fenómenos" e tentarmos valorizar acima de tudo as sortes que nos vão batendo à porta.
...estava uma noite fria ontem, muito fria, mas há coisas tão importantes e que tanto nos aquecem a alma.
A minha pequena Tinkerbell deu por mim a entrar no quarto, empertigou-se toda e espreitou pelas grades da camita com um ar cómico, como que dizendo "tou-te a ver".
Peguei nela, preparei a minha cama e dormimos as duas juntinhas e quentinhas.
Obviamente que são situações que raramente poderão ser repetidas, pois as crianças têm que ter presente qual é o seu espaço e qual o espaço da mãe (ou dos pais, nos casos de famílias em que haja mãe e pai), mas o gelo da noite de ontem não permitiu que deixasse a minha Tinkerbell a sentir um mínimo de frio que fosse...e soube tão bem, confesso, sentir o calorzinho do corpo dela, a mãozinha dela a afagar a minha face e a cabecinha a procurar o meu peito...é indescritível ser Mãe e poder usufruir de todas estas experiências.
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