O que lamento é que utilizem precisamente o que hasteia as red flags para empenhar ainda mais as pessoas.
Estamos a viver uma crise que há alguns anos não se vislumbrava; todos os bens e serviços estão a ser alvo de aumentos exponenciais, e quanto toca aos bens de primeira necessidade, a situação é crítica.
Todos os dias sem excepção eu vejo pessoas a remexer os caixotes de lixo na rua onde vivo. Havia os "habituais", mas agora é um corrupio. Pessoas com um vestuário cuidado, mães com crianças, idosos. Este tipo de situação comove-me e perturba-me demasiado. Não são menos do que eu, num amanhã mais ou menos distante, posso estar na mesma situação.
A fome, o não podermos dar aos nossos filhos condições dignas, não ter condições de habitação decentes, se já afectavam alguma população, agora estão a começar a afectar classes médias, e nas classes médias, está a maioria da população.
Então não é que a Banca, que vai ficar com "casas nas mãos" e deveria de facto procurar encontrar soluções para dar suporte aos seus devedores, continua a fazer o que faz sempre em tempos de crise. Tentar aproveitar-se do desespero, das más decisões por impulso e da falta de noções de aritmética dos clientes, para os enterrar ainda mais.
Pois que recentemente recebo uma chamada telefónica com a "oferta suicida"; um crédito com uma obrigação mensal acima dos 300€ para adquirir o carro do ano. E a tal "oferta" é-me feita como se se tratasse mesmo disso, de um prémio por bom comportamento.
A minha interlocutora não tem culpa, obviamente mas vi-me forçada a ter que lhe dizer que este tipo de abordagem é criminosa, tendo em conta a conjuntura actual. Mas o que é que estas entidades pretendem?
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