Ontem fui buscá-la e pareceu-me demasiado circunspecta e mesmo perante a minha insistência em tentar perceber se algo se havia passado, negava, e eu...desisti. Com a minha filha funciona assim. Passado algum tempo de reflexão lá começa a desabafar.
Ontem não fugiu à regra e assim foi, passados escassos minutos, literalmente e passo a citar o diálogo que se seguiu:
"Mãe, se vires alguma notícia na televisão de que mataram um menino jovem...já sabes que foi na minha escola!
- O quê? Mataram algum menino na tua escola? - perguntei eu, um pouco assoberbada, confesso.
- Não mãe, mas se ouvires nas notícias já sabes!
- Bom, então explica lá, porque estou a ficar confusa. Houve algum problema, tareia, luta, bombeiros? - numa tentativa de rapidamente perceber o que se passou, ao que ela me responde:
- Ainda não, mas houve uma ameaça de morte. Foi o que me contaram!
E eu:
- Mas contaram-te a que propósito? É da tua turma esse menino?
- Não mãe, achas, só me contaram que um disse ao outro que o ia matar, mas eu não sei quem são nem de que ano."
Portanto estamos na dinâmica do "ouvi dizer" mas nada de simples - portanto estamos na senda da ameaça de homicídio e de facto estes conflitos entre miúdos atingem proporções gravíssimas e cada vez mais me sinto apreensiva de cada vez que saio de casa para a deixar na escola. Notei que ela estava particularmente assustada, tentei tranquilizá-la ao máximo, mas para uma criança que já sofreu algumas agressões por parte de colegas no seu percurso escolar, este tipo de problema não a beneficia em nada.
Veremos como decorrem os próximos dias e se não haverá algum episódio mais desagradável a reportar.
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