Ainda parecemos estar dentro de uma bolha em que não conseguimos distinguir muito bem a realidade do pesadelo. Estávamos a perdê-lo, é certo, mas a verdade é que foi um fim vertiginoso e achamos sempre que em pleno século XXI a medicina já avançou tanto, que talvez se opere um milagre. Puro egoísmo talvez, porque se sofre demasiado. Os últimos meses, sobretudo após o susto de Fevereiro passado foram pautados por avanços e recuos, esperança e angústia. Mas os últimos 25 dias de vida foram muito complexos, ainda mais tendo em conta que não o pudemos ver durante dias e dias e ironicamente quando mo permitem, já ele está a repousar no sono de que jamais despertará. Foi duro, muito duro. Foi duro porque tudo o que lhe transmiti ao longo da vida não foi suficiente para demonstrar o meu amor de “filha”, a minha gratidão por me ter tratado sempre tão bem, por nunca me ter falhado, e por ter sido o melhor avô do mundo para a minha filha. Gostávamos muito um do outro e isso sei que jamais terá fim. Memórias boas tenho imensas, lembranças, recordações...nada disso termina com a sua morte e faço questão de o manter vivo para a Rita, para que ela nunca se esqueça que teve um avô que era louco por ela. Nós, vamos ter que continuar a viver sabendo que já não está entre nós, já não tenho a quem ligar no Dia do Pai, já não tenho quem brinque comigo como só ele sabia...mas é e será sempre das pessoas mais importantes da minha vida. Até sempre Zé.
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