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A mostrar mensagens de maio, 2020

O fim de uma longa semana

Que ficará para sempre gravada no meu coração. A última despedida, a última vez que o vi, a sensação de que foi feito o que devia e que ele já não tem dores, já não sofre, e repousa onde também pertence...junto da minha avó. Não falávamos todos os dias, nem nada que se pareça, mas tínhamos notícias um do outro todos os dias, e assim foi durante anos. As saudades tendem a aumentar, mas quero acima de tudo preservar as melhores memórias, como se ele aqui estivesse. A vida é um sopro e em vez de um adeus, será um até já.

Perdêmo-lo...até sempre meu mais que Pai, meu amigo....

Ainda parecemos estar dentro de uma bolha em que não conseguimos distinguir muito bem a realidade do pesadelo. Estávamos a perdê-lo, é certo, mas a verdade é que foi um fim vertiginoso e achamos sempre que em pleno século XXI a medicina já avançou tanto, que talvez se opere um milagre. Puro egoísmo talvez, porque se sofre demasiado. Os últimos meses, sobretudo após o susto de Fevereiro passado foram pautados por avanços e recuos, esperança e angústia. Mas os últimos 25 dias de vida foram muito complexos, ainda mais tendo em conta que não o pudemos ver durante dias e dias e ironicamente quando mo permitem, já ele está a repousar no sono de que jamais despertará. Foi duro, muito duro. Foi duro porque tudo o que lhe transmiti ao longo da vida não foi suficiente para demonstrar o meu amor de “filha”, a minha gratidão por me ter tratado sempre tão bem, por nunca me ter falhado, e por ter sido o melhor avô do mundo para a minha filha. Gostávamos muito um do outro e isso sei que jamais terá f

Venham lá falar mal da linha de Sintra

Hoje, preparava-me para sair de casa e eis que dou pela falta da minha carteira, aquela que tem lá a minha vida e arredores dentro. Primeiro mantive a calma aparente e procurei-a, mas depois rendi-me à evidência de que ela não estava em casa e tive que dominar um acesso histérico. Eu não sou de perder coisas, mas quando apanho sustos é em grande. Fui ao carro, chego lá perto e ele intacto, sem vidros partidos e a carteira....bom, essa estava tranquila em cima do banco do “pendura”.

Done

Se é para desconfinar, é em bom

Praia da Aguda, Sintra, 2020

Não me importava de andar por aqui outra vez

20 Anos

20 de Maio de 2000 - como a minha memória continua a não me atraiçoar, era Sábado há 20 anos atrás, estava calor, eu andei uma manhã inteira de saltos altos pela primeira vez, nem sei como aguentei, recebi a benção pessoalmente e com palavras muito pessoais e particulares por parte do à data Cardeal Patriarca D. José Policarpo, tive uma festa, estávamos lá - colegas, amigos, família. Engraçado - a minha mãe tinha 46 anos e estava a entregar uma filha às feras do mercado de trabalho e vida activa, eu vou a caminho dos 43 e tenho uma piolha que neste momento está a fazer planificações de cubos e a estudar poliedros e afins. Neste ponto de vista o tempo não passou a correr, tais as saudades com que fiquei da Academia. Parece que foi há uma vida...e foi. 20 Anos. ISCTE para sempre!

E é isto....o recadinho pegou

A rapariga até para escrever uma partitura é perfeccionista

É maravilhoso

As princesas estarem junto dos seus príncipes e vice-versa. Ou os príncipes junto dos seus príncipes e as princesas junto das suas princesas...não interessa. No fim o importante é estarmos junto de quem realmente gostamos.

Adoptei uma técnica nova...veremos quanto tempo resulta

Eu não sei se a miúda compreende o verdadeiro alcance de eu estar numa Call e não poder estar a ouvi-la com conversas que podiam acontecer mais tarde, mas a verdade é que por mais que eu lho peça, ela continua a interromper-me. Agora funcionamos com recadinhos por escrito. So far so good, embora ela consiga transformar o simples acto de me dar o bilhete, numa fanfarronice.

19 de Maio

Era o dia de anos da minha madrinha. E se ela gostava de uma boa festa. Mais uma partida precoce, mas uma daquelas pessoas a quem tanto devo e que jamais esquecerei. Por isso nunca é demais celebrar o que foi a vida das pessoas importantes para nós.

Também é uma verdade

Sobretudo em tempos de “confinamento”

A miúda tem jeito

Alguma vez eu conseguiria desenhar um gato  que se parecesse com um gato? A miúda tem jeito. É a minha pequena artista.

Coisas que me irritam

Logo ao início da semana e a pessoa com relativa neura, a miúda estar a iniciar também mais uma semana de estudo em casa e estar sem a mínima paciência, eu a tentar ajudá-la a raciocinar para resolver um problema de Matemática e ela começar aos gritos. Com o meu feitio soviético, virei costas e disse: "Minha cara amiga, pois se assim é, acabou, podes esquecer a minha ajuda que eu não estou para te ouvir aos gritos!" Indíce de saturação e insanidade mental = 99,8%

Que a nova semana traga...luz...

True Love

Para ela a semana acabou

E eu considero mais esta prova superada; mais uma semana de trabalho, apoio escolar à miúda, bons resultados para ela, muito cansaço para mim - nona semana. O resto, causa-me arrepios e uma profunda dor sentir o meu querido Zé a partir e estar longe. Não poder dar-lhe um beijinho, pegar-lhe na mão e saber que apesar de tudo, no fim ele me viu. Posso estar a ser pouco pragmática, talvez o ser humano quando está a partir sofra mais ao estar próximo dos seus e sentir que não depende de si ficar - mas quando ainda nem há 15 dias fizemos uma video-chamada e ele estava ali a falar tão bem, tão lúcido e consciente, a dizer à neta que quando ficasse bom iam ver juntos a telescola - saber que esse Zé já não está lá e agora o que temos são palavras sem nexo, frases mal articuladas e olhar vazio...ter a noção perfeita que objectivamente as hipóteses de sentir o seu abraço estão a desaparecer...dói mesmo. E todos os anos que convivemos, desde os meus 7/8 me estão a passar pela cabeça à velocidad

Opinião e suporte de quem sabe

Até Junho ainda muito pode acontecer, para o bem e para o mau, mas a verdade é que sinto que as coisas estão a mexer - hoje mesmo recebi o Plano de Contingência do Centro de Estudos da minha filha com as directrizes para retomar a actividade a partir de 01 de Junho e na verdade até achei que estava muito bem definido. Há 2 dias atrás falei com uma médica amiga acerca do possível regresso da minha filha ao Centro de Estudos e a opinião dela foi de que "as crianças têm mais a ganhar do que a perder" e hoje decidi ligar para a Pediatra dela, pessoa em que eu confio bastante e que a acompanha desde que nasceu. Muito pragmática também e que em sua opinião temos que e devemos regressar a uma aparente normalidade, a miúda tem sido saudável e a perda de contactos sociais nestas idades causa efeitos adversos no que à formação das suas personalidades iz respeito. Será obviamente uma nova realidade, cumprir uma série de procedimentos aos quais não estão habituados, mas avaliando a r

O meu índice de irritabilidade aumentou, mas caramba, tenho alguma razão, não!?

Sou uma pessoa programada e organizada. Gosto de cumprir com os prazos e por isso defino as coisas com a devida antecedência para depois não me aborrecer sem necessidade. O Covid veio estragar muita coisa, é certo, mas parece-me que também existe muita falta de vontade que acaba por dificultar a vida do cidadão. 1. Trato dos meus documentos e suas renovações com a devida antecedência 2. Em Dezembro passado tinha agendado no site do IRN a renovação do meu cartão de cidadão e da miúda para 07 de Abril e consequente levantamento para 11 de Maio 3. Se não fosse eu a contactá-los directamente, não tinha recebido qualquer informação de que o meu agendamento tinha simplesmente "caído" porque nesse período só estavam a fazer renovações presenciais aos documentos que estivessem caducados ou caducassem até 30 de Junho e para isso teriam que pagar a taxa de urgência 4. Eu tinha o meu Agendamento feito há meses, logo, se caiu, os serviços deveriam ter a hombridade de não prejudi

Em tempos em que pouco se sai

Não deixa de se admirar um belo par de botas...

Estamos cansadas

E hoje as coisas não estão a correr bem. Ela está muito agitada, fala alto, faz barulho e sem muita atenção à telescola. Eu a tentar concentrar-me e a pedir-lhe encarecidamente pelo menos, um minuto de silêncio. Ela não está a respeitar. Eu já respirei fundo para não ter que me exceder e dar-lhe um berro; não é a forma mais correcta de lidar com a situação e se entro por esta via, ainda mais agitada ela vai ficar. Mas esta miúda é pica-miolos e quanto mais irritada me vê, mais procura irritar-me e eu hoje estou sem pachorra. Que desça sobre mim uma boa dose de serenidade e paciência. Já só faltam 7 semanas para terminar o ano lectivo, e se não contar com esta, passamos a 6 e falta ainda menos tempo para o dia 1 de Junho, altura em que se efectuarão novas avaliações e ponderaremos sobre o que se passará nas semanas seguintes. Sim, é muito importante mantermo-nos a salvo do Covid, mas também não deixa de ser importante a nossa sanidade mental que por esta altura já teve melhores dias.

Sair à rua, com uma criança, em tempo de pandemia

Já não é propriamente uma bebé, mas não tem a noção do perigo. Nenhuma. Pouca...vá. Tivemos apenas duas saídas juntas após a entrada em vigor da primeira fase de “ desconfinamento” e, se na primeira mal saiu do carro, pelo que o ambiente estava controlado, da segunda vez já houve mais o sentimento de liberdade nela e em mim a atitude de mãe coruja em defesa da sua cria contra...um micro-organismo. Não toques aí, afasta-te dali, toma um pouco de gel e desinfecta as mãos. Não pegues nisso, não vás para ali...até que oiço um estrondo e vejo que ela foi contra um poste. Lá se foram as desinfecções todas, tivemos berreiro, galo na cabeça e tudo o mais. Mas, como é que ela foi contra um poste!? .....estava a olhar para um cão que tinha ficado para trás. São estes os efeitos por estar quase 2 meses sem ir à rua. Desaprendeu.

O quanto eu aprecio a simplicidade com que a natureza nos brinda

Coisas que me confortam

As avaliações semanais que a minha filha tem obtido, mantendo a excelência que já tinha e os comentários tão motivadores que os professores lhe vão fazendo. Fico grata e embevecida pelo carinho que lhe têm transmitido. O carinho dos meus amigos, nesta fase difícil. Sim, porque nas fases difíceis mantêm-se connosco as pessoas que realmente se importam.

Hoje estou naqueles dias em que parece que levei uma valente tareia

De cinto, com paus, etc. Ontem foi um dia duro. Ao final do dia ainda fiz por duas vezes a viagem Lisboa-Setúbal-Lisboa, mas, embora contra a inicial vontade da minha irmã, era mais do que o meu dever. Precisava dar-lhe aquele abraço. Covid, temos pena, mas entre o teu terror e o mimo que a minha irmã precisa, com as precauções possíveis não deixei de a abraçar e de a confortar nesta fase difícil que a família está a passar. Já não via a minha mãe em pessoa há mais de um mês, a própia já estava a ficar em sofrimento por não ver a neta, pelo que entre trajectos também nos foi possível ir dizer-lhe um adeus respeitando cerca de 1 metro e meio de distância. A miúda foi avisada para não se aproximar da avó mas claro, mal a viu à porta disparou a correr e só ficou estática perante o meu grito em voz de comando - a avó chorava copiosamente de emoção, para ela a neta está enooooorme, parece que vivemos em continentes diferentes e chegámos ao maravilhoso mês de Agosto em que nos podemos abra

Triste, tristeza profunda é o que sinto

Sabemos que isto é a vida, que não ficamos cá para todo o sempre, mas a verdade é que a dificuldade para lidar com isto é desmedida. Não estava preparada para ter perdido a minha avó aos 20 anos, não estou preparada para o que está a acontecer agora com o meu padrasto e ainda por cima tudo estar a ocorrer na altura desta porra  do Covid em que nem sequer nos deixam entrar num hospital, acompanhar a nossa pessoa, dar-lhe a mão, um beijo, olhar no fundo e dizer sem palavras o quanto o amo e o quanto lhe estou grata por ter sido sempre tão meu amigo, por ter sido o único homem que nunca me falhou. Não é comum ter um padrasto que depois de estar separado de uma mulher há cerca de 20 anos, continue a tratar como filha e com tanto carinho, uma filha que não o sendo, acabou por sê-lo. Tantas memórias que tenho, tantas brincadeiras, tanta amizade, tanto carinho - foi capaz de vibrar mais por mim em certas alturas do que a minha própria mãe. Motivou-me sempre, procurou sempre que eu acre

E cresce

Hoje a minha bebé andou a medir ângulos munida com o seu transferidor. Aquelas mãozinhas que fui eu que fiz, pequeninas...de transferidor. Tem demasiadas coisas menos boas este confinamento, mas a verdade é que nos está a proporcionar tempo com os nossos filhos e experiências que não teríamos jamais. E continua tão aplicada e briosa com os estudos. That’s my girl!

Haverá dúvidas!?

A realidade já não é esta...

Nem tão pouco sei se eu própria o voltarei a ver...que estranha esta saudade e medo do que está para vir...e uma imensa vontade de fechar os olhos, voltar a abri-los e sabê-lo bem. Cresci órfã de um pai vivo, a vida deu-me outro que tanto significa para mim, e estes tempos tortuosos fazem-me pressentir que o nosso melhor tempo dificilmente se repetirá. Devo-lhe tanto e estou-lhe tão grata por ter sido tão meu amigo, o receptor dos meus melhores presentes do Dia do Pai, o meu comparsa de disparates, o meu cúmplice amigo, o pai que sem o ser transbordava de orgulho com os meus sucessos...e agora, neste momento, posso fazer tão pouco...

Indeed

Este folhetim promete!

Moro presta depoimento à polícia em novo round contra Bolsonaro - DN : Em frente ao mesmo edifício onde Lula ficou detido, claques a favor do ex-ministro e a favor do presidente criam tumulto e têm de separadas. O primeiro arrisca processo judicial, se não se comprovarem as acusações. Caso contrário, o segundo pode enfrentar, no limite, processo de impeachment

Como estaremos 1 mês depois?

Escrevo estas linhas hoje, dia 2 de Abril, mas, tal como em muitas outras ocasiões, este post só será publicado 1 mês depois - ou seja, hoje é dia 2 de Maio, mas o que aqui deixo para a posteridade saiu da minha mente 1 mês antes. É a terceira semana que estou em distanciamento social com a minha filha, quase que literalmente trancadas em casa. Este confinamento necessário leva-nos também a momentos mais ou menos intempestivos, vontade de sair, apanhar ar na cara, conduzir - até de uma fila de trânsito se começa a ter saudades. E as concomitâncias da vida, são isto mesmo, de um momento para  outro temos tudo e mesmo assim nos queixamos, para no outro, à conta de um organismo viral, ficamos confinados a nossa casa e a analisar estatísticas, com a morbidez do número de mortos a aumentar a cada dia e pensarmos que também nós podemos vir a fazer parte dessa estatística. Não se trata de fatalismo, trata-se de ter a presença de espírito para assumir que o mal não acontece apenas aos outros