Por questões muito pessoais e que mexem comigo profundamente, acompanho com bastante atenção os temas relacionados com as enfermidades cuja "cura" passa por transplantes de medula.
Tenho uma anemia desde há muitos anos que já me causou alguns problemas, a minha mãe também, irmã...etc, etc, e a minha avó materna faleceu em consequência de um Linfoma não-Hodgkin, antecedido de um Mieloma Multiplo. Tinha 20 anos quando me vi forçada a lidar com a partida dela, na altura fez-me confusão não se ter abordado a questão do transplante, mas como é óbvio já percebi porquê - tinha chegado a uma fase de falência multipla de orgãos vitais, que ditaram não só, mas também a viabilidade dessa opção.
Mas embora se fale da ordem natural da vida, se eu pudesse teria dado a vida por ela, com tanto gosto como apenas o faria pela minha filha, pela minha irmã e pela minha mãe.
Assisti a 10 anos de sofrimento, entre os meus tenros 10 anos e os saudosos 20; acompanhei a luta, a coragem, a fé e até a entrega resignada ao veredicto final e...não foi fácil para nós, mas sobretudo para ela, que foi quem mais sofreu e partiu precocemente, sem forças mas com grande dignidade.
Já perdi amigos, conhecidos e até desconhecidos que admirei com doenças oncológicas e se algumas há, que nada podemos fazer, com as leucemias, aplasias, linfomas podemos e devemos ter a presença de espírito e a dignidade de fazer o que está ao nosso alcance para prolongar vidas - salvar não digo, porque a vida não é eterna, de todo.
O que aconteceu agora com o jovem Gonçalo deixou-me sem palavras; um dador nacional com todas as compatibilidades possíveis, fez todos os exames e chegado à hora H recua e recusa-se a doar um pouco daquilo que também lhe foi dado...estou farta dos comentários do "não julgar"; há seres que de facto são muito primários no seu desenvolvimento. Quanto a mim nem sequer está em causa o doar ou não, é uma opção de cada um.
Agora o criar as condições para, gerar expectativas, predispôr-se a, dar a sua palavra e no fim arrepender-se, deitar por terra as aspirações de vida de um jovem e da sua família, foi uma má acção, foi.
Infelizmente com doações de medula ou não, o que mais se vê por aí são estas histórias podres em que prolifera gente sem carácter, sem palavra, sem honra, sem humanidade...
Tenho uma anemia desde há muitos anos que já me causou alguns problemas, a minha mãe também, irmã...etc, etc, e a minha avó materna faleceu em consequência de um Linfoma não-Hodgkin, antecedido de um Mieloma Multiplo. Tinha 20 anos quando me vi forçada a lidar com a partida dela, na altura fez-me confusão não se ter abordado a questão do transplante, mas como é óbvio já percebi porquê - tinha chegado a uma fase de falência multipla de orgãos vitais, que ditaram não só, mas também a viabilidade dessa opção.
Mas embora se fale da ordem natural da vida, se eu pudesse teria dado a vida por ela, com tanto gosto como apenas o faria pela minha filha, pela minha irmã e pela minha mãe.
Assisti a 10 anos de sofrimento, entre os meus tenros 10 anos e os saudosos 20; acompanhei a luta, a coragem, a fé e até a entrega resignada ao veredicto final e...não foi fácil para nós, mas sobretudo para ela, que foi quem mais sofreu e partiu precocemente, sem forças mas com grande dignidade.
Já perdi amigos, conhecidos e até desconhecidos que admirei com doenças oncológicas e se algumas há, que nada podemos fazer, com as leucemias, aplasias, linfomas podemos e devemos ter a presença de espírito e a dignidade de fazer o que está ao nosso alcance para prolongar vidas - salvar não digo, porque a vida não é eterna, de todo.
O que aconteceu agora com o jovem Gonçalo deixou-me sem palavras; um dador nacional com todas as compatibilidades possíveis, fez todos os exames e chegado à hora H recua e recusa-se a doar um pouco daquilo que também lhe foi dado...estou farta dos comentários do "não julgar"; há seres que de facto são muito primários no seu desenvolvimento. Quanto a mim nem sequer está em causa o doar ou não, é uma opção de cada um.
Agora o criar as condições para, gerar expectativas, predispôr-se a, dar a sua palavra e no fim arrepender-se, deitar por terra as aspirações de vida de um jovem e da sua família, foi uma má acção, foi.
Infelizmente com doações de medula ou não, o que mais se vê por aí são estas histórias podres em que prolifera gente sem carácter, sem palavra, sem honra, sem humanidade...
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