Poderá ter sido a fonte de alguma inspiração o facto de Orwell ter escrito este livro, para gerar programas tipo "Big Brother" e afins...mas concluo que constituem um claro desvio de tudo aquilo quanto ele tentou mostrar e comprovar no seio de uma sociedade oligárquica.
Acompanhei o início da 1ª edição desse tal programa, acabadinha de conquistar o canudo em Sociologia e expectante quanto às surpresas que aquele laboratório social altamente vigiado nos teria reservado; cedo me desiludi.
Houve para aí edições que nem os concorrentes cheguei a "conhecer", agora inventaram a variante dos "Segredos" e atrevo-me a concluir que o povo é escolhido a dedo, e a grande maioria fará parte do pior refugo da nossa sociedade.
Vi a estreia do programa no passado domingo em modo zapping, pois faço questão de acompanhar e seguir as séries de culto dos canais por cabo, mas confesso que tive uma vez mais muita curiosidade em ver o género de povo que se prestou uma vez mais a expôr a sua intimidade perante a perspectiva de ganhar uns escassos 50 mil euros.
A maioria das meninas com um aspecto daquilo que até podem não ser, mas que a mim não me enganam; e os meninos do mais inóspito que há, podendo haver uma ou outra excepção; não sei, nem perco tempo com esse tipo de pensamento.
O facto é que se critica muito quem vê estes programas, mas quem critica esquece-se de analisar os rácios culturais da nossa sociedade, os modos de vida, os traumas e as más experiências, e que o facto de estes robôts que entram na "casa mais vigiada do país", podem constituir um escape face à loucura e às desilusões do dia-a-dia.
As pessoas preferem dispender algum do seu tempo a ver esta sitcom, que acaba por ser, não mais, do que o retrato da sociedade encapotada em que vivemos.
Uns dizem que são acompanhantes de luxo - conceito este de bradar aos céus; pelo amor do que é mais Sagrado, a prostituição para mim não tem qualquer luxo, sendo que se tiver que se atribuir alguma diferenciação, é muito mais danosa a encapotada, aquelas que se escondem debaixo da capa de grandes senhoras, do que aquelas pobres coitadas que andam no meio da rua ao "lá vai um"; depois é porque o pai abandonou não sei quando, outro talvez tenha comido um jacaré, a outra não tem um dedo do pé, o outro é hermafrodita, etc, etc, etc.
Não sigo a saga, não sou capaz, provocar-me-ía a curto prazo um ataque de nervos, mas ressalvo que o problema não está em quem o vê, mas em quem para lá vai e que revela a pobreza da sociedade de que temos.
Não se fomenta uma conversa com conteúdo, ou não concorrem, ou não dão as audiências desejadas pessoas com um nível cultural um nada mais elevado, pessoas que falem sobre outros assuntos que não apenas o sexo e que já tiveram centenas de homens/mulheres em cima dos seus lençóis. Fomentam-se sim as omissões, as intrigas, as traições, as relações dúbias e o empurrar alvos para situações menos ortodoxas.
Não creio que tenha sido esse o móbil da obra "1984", muito pelo contrário e confesso que me arrepiou pela negativa ver o que pouco que vi.
Acompanhei o início da 1ª edição desse tal programa, acabadinha de conquistar o canudo em Sociologia e expectante quanto às surpresas que aquele laboratório social altamente vigiado nos teria reservado; cedo me desiludi.
Houve para aí edições que nem os concorrentes cheguei a "conhecer", agora inventaram a variante dos "Segredos" e atrevo-me a concluir que o povo é escolhido a dedo, e a grande maioria fará parte do pior refugo da nossa sociedade.
Vi a estreia do programa no passado domingo em modo zapping, pois faço questão de acompanhar e seguir as séries de culto dos canais por cabo, mas confesso que tive uma vez mais muita curiosidade em ver o género de povo que se prestou uma vez mais a expôr a sua intimidade perante a perspectiva de ganhar uns escassos 50 mil euros.
A maioria das meninas com um aspecto daquilo que até podem não ser, mas que a mim não me enganam; e os meninos do mais inóspito que há, podendo haver uma ou outra excepção; não sei, nem perco tempo com esse tipo de pensamento.
O facto é que se critica muito quem vê estes programas, mas quem critica esquece-se de analisar os rácios culturais da nossa sociedade, os modos de vida, os traumas e as más experiências, e que o facto de estes robôts que entram na "casa mais vigiada do país", podem constituir um escape face à loucura e às desilusões do dia-a-dia.
As pessoas preferem dispender algum do seu tempo a ver esta sitcom, que acaba por ser, não mais, do que o retrato da sociedade encapotada em que vivemos.
Uns dizem que são acompanhantes de luxo - conceito este de bradar aos céus; pelo amor do que é mais Sagrado, a prostituição para mim não tem qualquer luxo, sendo que se tiver que se atribuir alguma diferenciação, é muito mais danosa a encapotada, aquelas que se escondem debaixo da capa de grandes senhoras, do que aquelas pobres coitadas que andam no meio da rua ao "lá vai um"; depois é porque o pai abandonou não sei quando, outro talvez tenha comido um jacaré, a outra não tem um dedo do pé, o outro é hermafrodita, etc, etc, etc.
Não sigo a saga, não sou capaz, provocar-me-ía a curto prazo um ataque de nervos, mas ressalvo que o problema não está em quem o vê, mas em quem para lá vai e que revela a pobreza da sociedade de que temos.
Não se fomenta uma conversa com conteúdo, ou não concorrem, ou não dão as audiências desejadas pessoas com um nível cultural um nada mais elevado, pessoas que falem sobre outros assuntos que não apenas o sexo e que já tiveram centenas de homens/mulheres em cima dos seus lençóis. Fomentam-se sim as omissões, as intrigas, as traições, as relações dúbias e o empurrar alvos para situações menos ortodoxas.
Não creio que tenha sido esse o móbil da obra "1984", muito pelo contrário e confesso que me arrepiou pela negativa ver o que pouco que vi.
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