Fez de mim a "mana velha", testou a minha paciência ao limite quando era mais pequena. Foi uma miúda cheia de vida, não parava um segundo a fazer disparates, a falar pelos cotovelos; era uma miúda feliz.
Nalguns parâmetros acho a minha filha tremendamente parecida com ela; revela jeito para as artes, tal como a tia e é, apesar das vicissitudes que lhe pautam a existência, até à data, uma miúda bem feliz. Sensível sim, se algo ocorre que lhe foge ao controlo reage, o que não deixa de ser positivo, mas depois, é "bola pr'a frente" porque tristezas não pagam dívidas. Tal como a tia, que foi uma miúda bastante interessante.
Os 10 anos e meio que nos separam e as tais vicissitudes da vida fizeram com que assumisse um lugar especial na vida dela, acompanhei-a bastante nos primeiros tempos, pois os primeiros 10 anos de vida dela acompanharam os anos de doença oncológica da nossa avó, o que nos uniu, muito.
Somos muito diferentes, eu mais emocional, ela mais racional. Ela explode assim que se acende o primeiro rastilho, eu expludo ao 3º. Confio nas pessoas de que gosto, ela tem sempre um pé atrás, e raramente dá segundas oportunidades. Diz que a vida é curta demais para sofrermos gratuitamente.
Por outro lado é de uma generosidade extrema, sempre preocupada com quem mais precisa, chegando a esquecer-se dela própria, para ajudar os outros.
Nem parece já terem passado 30 anos desde que a segurei no colo pela primeira vez, e que bonito bebé, com uns olhos enormes azuis me saiu na rifa.
É e será sempre a minha primeira bebé e hoje, é o seu dia. Parabéns Sis!
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