Quando chegamos a uma certa faixa etária, de facto os papéis entre pais e filhos sofrem uma inversão
Nunca tinha pensado muito nisso, caramba, ainda sou uma pessoa nova, é óbvio que se estou com a minha mãe, tendo ela 64 anos e estando carregada, tento retirar-lhe os maiores pesos, etc., mas creio que foi sempre assim, é a mãe pronto, não é uma questão de idade ou incapacidade.
No que eu nunca tinha pensado é que este tipo de preocupação nos pode ser inata, senão vejamos; eu ter feito um furo novo na minha orelha foi motivo de êxtase na classe infantil de lá de casa. E então tal como eu fiz com ela, quando ela furou as orelhas, qie foi desinfectar diariamente, rodar os brincos, etc., faz-me ela agora a mim.
Com todo o cuidado e meiguice, as suas mãos pequenas e delicadas, muito receio de me magoar e lá vem ela tratar da mãe. Acho delicioso.
Se me vê doente é o drama de "não quero que tu morras mamã" e os meus aniversários também já se começaram a transformar numa dualidade de emoções - por um lado quer uma boa festa, por outro percebeu que a cada ano que faço envelheço, e consequentemente a morte estará mais perto, portanto, já me foi dizendo que não quer que eu faça mais anos, porque assim, não morro nunca.
Não me lembro se tive estes medos com a idade dela, aliás, para mim, por exemplo a minha avó não iria morrer nunca, e mesmo aos 20 anos, quando ela partiu, a minha crença era a mesma. A avó, não morre, vai-se safar uma e outra vez, não por mais nada, apenas porque era a minha querida avó.
No que eu nunca tinha pensado é que este tipo de preocupação nos pode ser inata, senão vejamos; eu ter feito um furo novo na minha orelha foi motivo de êxtase na classe infantil de lá de casa. E então tal como eu fiz com ela, quando ela furou as orelhas, qie foi desinfectar diariamente, rodar os brincos, etc., faz-me ela agora a mim.
Com todo o cuidado e meiguice, as suas mãos pequenas e delicadas, muito receio de me magoar e lá vem ela tratar da mãe. Acho delicioso.
Se me vê doente é o drama de "não quero que tu morras mamã" e os meus aniversários também já se começaram a transformar numa dualidade de emoções - por um lado quer uma boa festa, por outro percebeu que a cada ano que faço envelheço, e consequentemente a morte estará mais perto, portanto, já me foi dizendo que não quer que eu faça mais anos, porque assim, não morro nunca.
Não me lembro se tive estes medos com a idade dela, aliás, para mim, por exemplo a minha avó não iria morrer nunca, e mesmo aos 20 anos, quando ela partiu, a minha crença era a mesma. A avó, não morre, vai-se safar uma e outra vez, não por mais nada, apenas porque era a minha querida avó.
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