Deixo aqui estas linhas do Eduardo de Sá...é isto, não sou a boazinha, que diz que sim a tudo, tenho o coração ao pé da boca, e quando não gosto, mostro que não gosto, e muitas vezes caio em mim logo a seguir...mas sou assim...não tenho sangue de barata, sou assim, tal como a descrição do Eduardo:
"Talvez se deva ao “coração grande” e à “cabeça quente”
Porque as boas pessoas têm o “coração grande” e a “cabeça quente” e, por isso mesmo, vivem tudo aquilo que sentem com “alma” e em “tons quentes”. Porque as boas pessoas não guardam aquilo que pensam nem engolem as palavras e, porque são verdadeiras, parecem ter “o coração ao pé da boca”. Porque as boas pessoas - porque são bondosas e calorosas - são tão seguras daquilo que têm (de bom) para dar, que “desconfiam” que o “mau feitio” é uma espécie de “charme” que lhes dá um je ne sais quoi com que ficam tão singulares e inimitáveis que é, sobretudo, por isso que gostamos delas. Porque as boas pessoas são tão transparentes e espontâneas a dizer “amo-te” ou “adoro-te” como a ter uma fúria passageira, a ter “mau perder” ou a mostrar arrependimento e a pedir desculpa. Porque o “mau feitio” não é, de todo, “mau carácter”, que é uma forma de se dar um outro nome às más pessoas. Nem “mau humor”, que é uma espécie de dia cinzento, de manhã, à tarde e à noite. Nem “um feitio complicado”, que varia entre o caprichoso, o vitimizado, o amuado e a fúria desmedida. “Mau feitio” não é nem “defeito”, nem “vício de forma”: é qualidade. E é ser-se premium naquilo que se dá e em tudo o que se sente! Porque, já agora, o “bom feitio” não é grande coisa. É, muitas vezes, uma forma de reconhecermos que uma pessoa é “fixe”, “boazinha” ou “compreensiva” quando tudo isso acaba por se resumir a uma dificuldade enorme dela dizer “não!” (mesmo que, para dentro, se sinta mais “totó” com isso do que aquilo que pareça). Porque, por mais que ser “boa pessoa” e ter-se “mau feitio” pareça digno duma montanha russa, estamos a falar de pessoas mimadas (o que é uma qualidade!) e, às vezes, (pois…) um bocadinho “mimalhas” (o que já é assim-assim). Mas que, por mais que reajam duma forma quase digna dum filme a coisas-pateta, não deixam nunca de dizer “sim” ao seu amor por nós com um olhar solarengo que nos enche de luz. "
Comentários