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Os presentes da minha criança

Ultimamente tem-me presenteado com: noites instáveis, birras e um sentimento de posse por tudo aquilo que lhe pertence e acima de tudo, por aquilo que me pertence a mim.

É uma criança generosa, que gosta de partilhar os seus brinquedos...mas é preciso estar bem disposta.
Partilhar aquilo que é meu, é algo que lhe custa; resumindo, agarra as coisas e pura e simplesmente some com elas; e passam-se por vezes horas até que volte a encontrar as bugigangas.

E pergunto-lhe - e ela a olhar para mim com o ar mais seráfico de todos os tempos e diz algo que se assemelha a "ntá".

As birras fazem-me uma certa confusão; se por um lado tento não lhes dar grande importância, por outro se por exemplo estou a fazer um trajecto médio de carro com ela e ela se põe aos gritos do princípio ao fim, começo a sentir-me à beira de um ataque de nervos.
Esgotadas as hipóteses de que algo de objectivo a incomode e que de facto se trata apenas de puro mau feitio, limito-me a tentar ignorar, mas confesso, não tenho jeito para Faquir ou para Budista.

A novidade é parar nas lojas de brinquedos de eleição e querer trazer o que lhe apetece; dados os seus tenros 19 meses é complicado conseguir dar-lhe grandes explicações, mas lá vou dizendo que a mamã compra o que pode e quando entende e que na vida temos mais do que não queremos do que aquilo que mais desejamos.
Não tem grandes resultados, passei ao plano B; ela quer entrar na loja e entra. Quando está a um centímetro de agarrar o dito brinquedo digo-lhe com calma que vamos embora e que o brinquedo fica a descansar no seu sítio...na prateleira da loja.

Porque a fase de pedir e ter, não me agrada mesmo nada!

Lá esperneia um bocado, mas 5 segundos depois já se esqueceu e está noutra onda.

Agora descobriu os encantos de um urso de peluche que é meu desde que eu me tenho como gente, que é substancialmente maior do que ela em comprimento e em largura.
Na noite de sábado para domingo (que foi péssima) lá "dormimos" os 3 no sofá - não havia nada que a tranquilizasse a não ser o dito mamífero de peluche e o calor do meu corpo.

Esta noite, péssima outra vez. Não sei se pelo despontar dos caninos, se pela constipação que teima em não passar, a tosse alucinante, tive mais uma noite difícil.
Não queria estar na cama, não queria estar na minha cama, não queria andar ao meu colo a deambular pela casa - acabámos no sofá, ela aninhada no meu peito a fazer um sono de anjo.

Reconforta-me saber que aquele ser tão pequenino sente segurança pelo simples facto de estar aninhado no meu peito, a sentir o meu cheiro e o meu calor...mas fico esgotada pela falta de descanso consecutiva.

E não, as noites mal dormidas dos primeiros dias e dos primeiros meses, não se comparam nada às noites mal dormidas quando eles têm 1 ano e meio, ou 2 anos.
São bem mais difíceis de recuperar e eles são bem mais ariscos e lutadores.

Enfim, a fase que eu temia está cá....as birras, o atirar-se para o chão, fazer as pernas moles e uma mãozita mais leve do que seria desejável...ah, e já me esquecia, uns dentinhos afiados para morder uma mão aqui e outra ali quando a tentamos levar para a esquerda e ela apenas queria seguir em frente.

Temos fera!

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