Ontem, a noite levou-me para longe, totalmente absorvida em pensamentos (bons e maus) e nos meandros do meu devaneio, pus-me a fazer zapping e deparo-me com o início do Mulholland Drive, uma das obras primas do David Lynch, um filme que vi pela primeira vez há uns bons anos, emprestado pelo meu grande amigo H.
Na altura apenas me pediu para o ver com aconteceu e ter algum cuidado com os ínfimos detalhes, pois seriam esses e só esses que ajudariam a deslindar o tema do filme.
Confesso que no fim fiquei frustrada, pois só mesmo no final tirei uma ou outra conclusão com algum sentido; vi o filme uma e outra vez para tentar apanhar o fio condutor e numa narração em que nada é o que parece e as nossas primeiras conclusões são exactamente o inverso da realidade não é fácil apanhar as ligações e juntá-las todas...mas acabei por conseguir perceber o que aquela narrativa nos queria mostrar.
É genial, de facto, extraordinário. Lamento ontem não ter tido a presença de espírito para o poder ver novamente, porque a arte, em todas as suas manifestações vale de facto a pena.
Vi arte de outra forma...quando me fui deitar e lancei o olhar para a cama da minha filhota senti um conforto muito grande por ser eu o berço literalmente falando daquele ser tão perfeito, e fiquei enternecida por ver o seu sono tranquilo, ingénuo, puro e calmo, contrastando com a loucura que nós adultos temos que suportar.
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