Parece que foi ontem, que não passaram tantos anos assim, mas já lá vão para aí uns 15/16 anos, desde que o jornalista Vicente Jorge Silva, num editorial do Público que ainda tenho, caracterizava a minha geração como a "geração rasca".
Na altura estávamos no auge da adolescência com imensos sonhos e ambições, hoje somos trintões com as ideias aparentemente no lugar (ou não), a vivermos as consequências daquilo que plantámos quando éramos rascas.
Não querendo atacar nem defender, o facto é que a tendência tem vindo a piorar; se éramos irreverentes, as gerações seguintes são-no em maior escala.
Naquela altura tinhamos respeito pelos professores e medo até que se fossem queixar aos nossos pais de algum mau comportamento;agora bate-se nos professores a propósito de um telemóvel.
Não se podia mascar pastilha elástica, ou não se mascava ou, no caso dos mais rebeldes, mascava-se disfarçadamente; agora perante um reparo de um professor ao facto de se estar a atender uma chamada telefónica na sala de aula, manda-se o mesmo para o "car*+#&" e à saída faz-se-lhe uma espera e chega-se a vias de facto.
O nosso maior medo era que os pais soubessem que tinhamos faltas injustificadas e que o belo do postal amarelo fosse enviado para casa; hoje é chique fazer o que apetece, ou, não sendo chique, é um comportamento digno de "respeito" pelos outros. A rebeldia e a falta de educação passam a constituir um posto.
Ainda conseguimos algumas conquistas, as nossas greves ainda acabaram com a palhaçada que foi a PGA, livrámo-nos de pagar propinas nos anos lectivos 1995-1996 e 1996-1997; houve excessos? Houve, é certo. O nosso colega que decidiu mostrar o rabiosque no meio de uma manifestação em que diziamos que não pagávamos...excedeu-se, mas hoje em dia assistimos a falhas bem piores.
E o que vejo é que apesar de tudo, nós, a Geração Rasca, conseguimos alcançar muitos dos nossos objectivos, concluímos a nossa formação académica, terminámos os nossos cursos numa época em que o desemprego não era tão real como actualmente, não era tão difícil arranjar o primeiro emprego, e mais cedo ou mais tarde conseguiamos encontrar algo compatível com os anos que andámos literalmente a "queimar pestanas".
Actualmente temos a "geração à rasca", temos licenciados brilhantes com percursos académicos brilhantes, a verem todas as portas fecharem-se nas suas faces e a terem como alternativa um qualquer call center do país e mesmo assim, já estão com sorte.
Se não for o call center têm a pizzaria, ou a caixa do supermercado ou então, a procura de alternativas no estrangeiro.
É preocupante esta passagem do "rasca" para o "à rasca" e consequentemente para o "extremamente muito à rasca".
E dou comigo a pensar...a que futura geração pertencerão os nossos filhos.
Na altura estávamos no auge da adolescência com imensos sonhos e ambições, hoje somos trintões com as ideias aparentemente no lugar (ou não), a vivermos as consequências daquilo que plantámos quando éramos rascas.
Não querendo atacar nem defender, o facto é que a tendência tem vindo a piorar; se éramos irreverentes, as gerações seguintes são-no em maior escala.
Naquela altura tinhamos respeito pelos professores e medo até que se fossem queixar aos nossos pais de algum mau comportamento;agora bate-se nos professores a propósito de um telemóvel.
Não se podia mascar pastilha elástica, ou não se mascava ou, no caso dos mais rebeldes, mascava-se disfarçadamente; agora perante um reparo de um professor ao facto de se estar a atender uma chamada telefónica na sala de aula, manda-se o mesmo para o "car*+#&" e à saída faz-se-lhe uma espera e chega-se a vias de facto.
O nosso maior medo era que os pais soubessem que tinhamos faltas injustificadas e que o belo do postal amarelo fosse enviado para casa; hoje é chique fazer o que apetece, ou, não sendo chique, é um comportamento digno de "respeito" pelos outros. A rebeldia e a falta de educação passam a constituir um posto.
Ainda conseguimos algumas conquistas, as nossas greves ainda acabaram com a palhaçada que foi a PGA, livrámo-nos de pagar propinas nos anos lectivos 1995-1996 e 1996-1997; houve excessos? Houve, é certo. O nosso colega que decidiu mostrar o rabiosque no meio de uma manifestação em que diziamos que não pagávamos...excedeu-se, mas hoje em dia assistimos a falhas bem piores.
E o que vejo é que apesar de tudo, nós, a Geração Rasca, conseguimos alcançar muitos dos nossos objectivos, concluímos a nossa formação académica, terminámos os nossos cursos numa época em que o desemprego não era tão real como actualmente, não era tão difícil arranjar o primeiro emprego, e mais cedo ou mais tarde conseguiamos encontrar algo compatível com os anos que andámos literalmente a "queimar pestanas".
Actualmente temos a "geração à rasca", temos licenciados brilhantes com percursos académicos brilhantes, a verem todas as portas fecharem-se nas suas faces e a terem como alternativa um qualquer call center do país e mesmo assim, já estão com sorte.
Se não for o call center têm a pizzaria, ou a caixa do supermercado ou então, a procura de alternativas no estrangeiro.
É preocupante esta passagem do "rasca" para o "à rasca" e consequentemente para o "extremamente muito à rasca".
E dou comigo a pensar...a que futura geração pertencerão os nossos filhos.
Comentários
Estás de facto na geração imediatamente atrás da minha e de facto as coisas não estão fáceis neste momento para ninguém.
Mas pelo menos que a esperança nos mova e traga um futuro melhor para os nossos jovens. Muitos deles merecem uma oportunidade e tu, terás a tua;-)
Realiza mais do teu blog, a todos os teus cybernautas.
Beijocas!