Facto: só atraio pessoas que não deveria atrair. Não me vou deter em divagações acerca de trastes e afins, que não tem interesse nenhum.
É mais giro falar de coisas cómicas. Hoje estava eu a fazer “sala” enquanto uma colega fumava e aproxima-se um indivíduo que costuma deambular pela zona. Já toda a gente o conhece, vai pedindo aqui e ali, e vai abichando cigarros e uns trocos que se fossem para um café eram bem empregues, mas receio que seja para substâncias que agravam ainda mais o estado mental dele.
Pois que hoje nada pediu: deteve-se literalmente ao meu lado por minutos intermináveis a olhar para mim, a sorrir e a balbuciar coisas que nem percebi. Ora, eu sou uma pessoa discreta, não sou nenhuma estampa, também não tinha nenhum objecto estranho a sair pela cavidade nasal, pelo que me pergunto o que será que ele viu hoje que lhe tenha chamado a atenção.
As minhas colegas estavam assim meio incomodadas com a presença sem saber o que fazer, eu fiquei na mesma até chegar ao ponto de olhar para ele com carinho, sorri-lhe, ele continuava a dizer coisas que eu não percebia, mas perante o meu sorriso, presenteou-me com o seu melhor sorriso desdentado, fez-me uma festa no braço direito e seguiu a sua vida.
Sou muito sensível quanto ao toque e não gosto que o façam, a não ser os meus, mas aqueles minutos foram tão inusitados e ao mesmo tempo tão ternos, que não me incomodou.
Mas que raio estaria ele a ver naqueles momentos que o fez ficar ali focado e ao mesmo tempo tão sereno!?
Nunca saberei…
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