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Shot’s de colesterol

 Estava a esmorecer, a precisar de conforto. A abater-se sobre mim uma irritação contida e alguns nervos. A escola on-line começa amanhã. Eu, em teletrabalho há 11 meses, um trabalho como todos os outros, em que se sucedem reuniões, projectos e muitas respostas que dar a várias equipas. Não foi fácil há 10 meses atrás com a telescola e não vai ser fácil agora.

Ela já sabe muitas coisas, já tem alguma autonomia. Alguma, sim, são só 10 anos. Não nasceu com o ensino on-line. E os computadores falham, é o professor não está ali ao lado na sala de aula para tirar dúvidas, para explicar o que não se percebeu bem de outra forma. Ao lado vou estar eu a trabalhar e ela, não se vai coibir de dizer “oh mãe” sempre que surja a dúvida, ou o computador bloquear, ou quiser ideias para o próximo Power Point que tenha que apresentar. Mas eu, para todos os efeitos vou estar em teletrabalho, e vou ter que lhe dar o almoço, ajudá-la no imediato, aturar uma ou outra frustração e garantir que, pelo menos para ela, tudo corra bem, dentro do possível. 

Mas para mim, não vai estar ninguém para me aturar tudo isso ou para me render nos piores momentos. Somos adultos, temos que nos aguentar e lidar com isto o melhor possível. Só que o melhor para alguns é o muito mau de tantos outros. 

Vai daí tive que introduzir umas drogas directas à veia e que dão uma sensação de alegria e conforto momentâneo: pizza e Sumol de laranja e soube bem. Tenho dito, fica o desabafo.

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