Para que as questões de higiene infantil fiquem claras e deixando a devida ressalva de que cada um sabe de si e dos seus, uma criança de 10 anos não tem capacidade para tomar banho e afins sozinha, sem supervisão. Por vários motivos, nomeadamente destreza para se conseguirem ensaboar nos locais menos acessíveis, esfregarem bem aquelas partes tipo, de lado dos tornozelos onde se não lavarem bem ganha surro, já para não falar das partes mais íntimas e...sobretudo nas raparigas, o cabelo.
A verdade é que há por aí muito adulto que não se sabe higienizar em condições, quanto mais uma criança. Por isso ainda tenho uma voz activa nestes campos. Ela lava os dentes sozinha, há anos, e que bem que os lava, mas amiúde eu vou lá ver em todos os recantos se de facto não há imperfeições, e quando as há, volta a lavar, a passar o escovilhão e a finalizar com o fio dentário. Resultado, conheço miúdos que ainda em dentes de leite têm cáries e a minha filha está com uma dentição tão cuidada que saio sempre cheia de orgulho quando a levo ao dentista e lhe elogiam a higiene oral.
O banho, bom, esse já lhe dou a liberdade de começar a ensaboar-se e curtir a sua privacidade mas quem lava a cabeça e passa o último sabão sou eu. E não raras vezes, naqueles dias de férias em que anda em parques e jardins, quando vou “aperfeiçoar” a aguinha não sai limpa, portanto nem quero pensar o estado encardido em que ficaria caso eu não fosse rigorosa.
Mas hoje surpreendeu-me ao dizer:
“Mamã, hoje dás tu o banho todo, está bem?”
São os rebates de carência, de querer ter aquele mimo, tempo e atenção da mãe. E enquanto eu puder, estarei sempre lá, sempre que ela quiser, sem restrições, com todo o amor que ela merece.
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