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Como um sopro

Há 9 anos atrás estava a apenas duas semanas de a ter nos meus braços pela primeira vez, e que últimas semanas aquelas foram. Com todo o respeito, sinto que vivi a minha Via Sacra naqueles tempos. As dores, o desconforto, o peso, as ameaças de parto e tanta tristeza num momento que deveria ser apenas feliz, mas a verdade é que depois de ver a carinha dela, por momentos e que foram apenas nossos, tudo passou para segundo plano e lembro-me de dois pensamentos partilhados naquele bloco cirúrgico entre mim e a Divina Providência:

 - Que ela tivesse saúde
 - Que tivesse sucesso escolar

Parecem desejos estranhos logo após dar à luz e estar a conhecer pela primeira vez um filho, mas só quem passa pelos momentos que eu passei conseguirá compreender que naquele momento não sabia se teria forças para suportar a falta de saúde de um filho e, pensando num futuro próximo, que ela não desenvolvesse as capacidades intelectuais de modo a ter sucesso na escola - quando sabemos que  estamos quase sós no mundo e nos deparamos com a responsabilidade árdua de educar uma criança, o querer que eles tenham sucesso assume contornos ainda mais exacerbados do que para uma família dita normal e feliz. Sentir que tudo nos vai pesar nos ombros nos próximos anos e a responsabilidade que isso acarreta talvez seja das coisas mais penosas com que temos que lidar.

Se correr bem, a criança é um espectáculo, mas se correr mal...a culpa é da mãe. E por isso, não quero colher quaisquer louros e reitero que um dia que já não esteja por cá, gostaria que a minha filha se lembrasse de mim como "uma mãe porreira". Agora, continuo a transbordar de orgulho por ter uma filha que não é de todo uma criança fácil, mas que continua a ser uma boa aluna, tem generosidade na alma e uma boa dose de traquinice.

É a minha menina...

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