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Quando o passado recente nos vem à memória e traz com ele saudades

Começamos a ser inundados com os catálogos apinhados de brinquedos para o Natal, e nisto perco-me a olhar para os brinquedos da primeira infância: rocas, cubos, Lego Duplo, caixas de música. Lembro-me do tempo que passávamos no chão a empilhar copinhos e formas e de repente dar-lhe a fúria e derrubar tudo, fazer beicinho, desatar num berreiro e lá começávamos a construção outra vez.

Do baloiço gigante da Fisher Price no meio da minha sala, da mania de despir a roupa quando estava na cama, mesmo em pleno Inverno, o que me fez ter que lhe comprar um saco próprio para ela dormir lá dentro, à prova de fúrias.

De desejar com alguma ansiedade que ela começasse a andar e quando finalmente se deu a coisa, desejar voltar atrás, porque os verdadeiros desafios começaram aí. Não parava quieta, não a conseguia ter presa no carro, estar com ela era já de si uma aventura.

E passa tudo a correr, num sopro. A nossa vida é de facto um sopro no que toca a momentos bons e uma dinastia quando nos tocam os momentos maus - esses para além de custarem a passar, deixam cicatriz, ao invés dos bons que deixam memórias doces.

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