Há dias de facto bem mais complicados do que outros e esta altura do ano é caracterizada, no mínimo, por uma grande azáfama.
As pessoas acotovelam-se nos centros comerciais, entopem lojas e acessos, enervam-se, enfim; a atmosfera é conturbada, seja pelos melhores ou pelos piores motivos.
O meu sistema vital também não está a 100%; algum cansaço, dores de cabeça e mais dores noutros sítios em que não se pretende que se sinta dor, mas enfim...
A Bébécas, dotada da sua personalidade forte pensa que já é capaz de tudo e mais alguma coisa - nos dias em que estou mais calma, até lhe dou todo o tempo do mundo, mas hoje não foi de facto o dia.
Decidiu que queria subir até casa pelos seus próprios pés. Anteontem, até o fez, foi giro, ficou com um ar vitorioso, mas demorámos à vontade um quarto de hora.
Hoje, com a dor de cabeça que me acompanha desde manhã, uma sandes em pão de forma à hora de almoço e pouco mais, estava literalmente "mortinha por chegar a casa" e ainda por cima com a variável sacos de supermercado e prendas no carro para carregar para cima.
Peguei nela nem sei bem com que forças, pois a bicharoca parecia uma anaconda a contorcer-se e a querer chão, e eu a querer chegar rapidamente ao "sossego" do lar.
A anaconda continuou naquilo e só me deu tréguas quando chegámos à porta e eu a pus no chão; toda esta acalmia por pouco tempo.
Seguia-se a segunda fase, em que lhe tirei os sapatos e o casaquinho, pu-la na caminha dela (o ainda safety place cá da casa) e corri até lá abaixo para ir então buscar a carga.
Nem precisei de transpôr a porta, ela apercebeu-se que eu ia andar por aí e desatou numa berraria que parecia que estava perante um sacrifício humano, o seu próprio sacrifício.
Lá fui a correr escadas abaixo, angustiada e sem razão para tal e a pedir que se apodere de mim cada vez mais coragem para estas pequenas coisas do dia-a-dia que em situações normais não afectam, apenas cansam, mas para uma mãe que apenas pode contar consigo própria desde que a Bébécas ainda estava na barriga...não é fácil.
Às vezes dá para chorar, outras para olhar para o lado e sentir que sou uma mulher de coragem, para logo achar outra vez que provavelmente ainda podia fazer mais, mas as minhas forças físicas abandonam-me.
Se por um lado tenho saudades dela há 1 ano atrás, por outro às vezes desejo que venha mais um pouco de autonomia, para que eu consiga dedicar-me a tudo o resto.
Mas ao olhar para ela vejo uma bebé feliz, bem tratada, com todas as condições necessárias para o seu bom desenvolvimento...é verdade que por ela abdico de muita coisa, mas no fundo, nos poucos momentos tranquilos dou graças por ela estar na minha vida.
É a velha dicotomia, que para experimentarmos determinadas "felicidades" a nossa capacidade de adaptação é posta à prova todos os dias, e apenas os audazes acabam por dar as maiores provas.
É difícil, doloroso por vezes, mas sou capaz e a Bébécas é o espelho de toda a minha capacidade de fazer face às adversidades e às dificuldades do que é criar uma família sozinha.
As pessoas acotovelam-se nos centros comerciais, entopem lojas e acessos, enervam-se, enfim; a atmosfera é conturbada, seja pelos melhores ou pelos piores motivos.
O meu sistema vital também não está a 100%; algum cansaço, dores de cabeça e mais dores noutros sítios em que não se pretende que se sinta dor, mas enfim...
A Bébécas, dotada da sua personalidade forte pensa que já é capaz de tudo e mais alguma coisa - nos dias em que estou mais calma, até lhe dou todo o tempo do mundo, mas hoje não foi de facto o dia.
Decidiu que queria subir até casa pelos seus próprios pés. Anteontem, até o fez, foi giro, ficou com um ar vitorioso, mas demorámos à vontade um quarto de hora.
Hoje, com a dor de cabeça que me acompanha desde manhã, uma sandes em pão de forma à hora de almoço e pouco mais, estava literalmente "mortinha por chegar a casa" e ainda por cima com a variável sacos de supermercado e prendas no carro para carregar para cima.
Peguei nela nem sei bem com que forças, pois a bicharoca parecia uma anaconda a contorcer-se e a querer chão, e eu a querer chegar rapidamente ao "sossego" do lar.
A anaconda continuou naquilo e só me deu tréguas quando chegámos à porta e eu a pus no chão; toda esta acalmia por pouco tempo.
Seguia-se a segunda fase, em que lhe tirei os sapatos e o casaquinho, pu-la na caminha dela (o ainda safety place cá da casa) e corri até lá abaixo para ir então buscar a carga.
Nem precisei de transpôr a porta, ela apercebeu-se que eu ia andar por aí e desatou numa berraria que parecia que estava perante um sacrifício humano, o seu próprio sacrifício.
Lá fui a correr escadas abaixo, angustiada e sem razão para tal e a pedir que se apodere de mim cada vez mais coragem para estas pequenas coisas do dia-a-dia que em situações normais não afectam, apenas cansam, mas para uma mãe que apenas pode contar consigo própria desde que a Bébécas ainda estava na barriga...não é fácil.
Às vezes dá para chorar, outras para olhar para o lado e sentir que sou uma mulher de coragem, para logo achar outra vez que provavelmente ainda podia fazer mais, mas as minhas forças físicas abandonam-me.
Se por um lado tenho saudades dela há 1 ano atrás, por outro às vezes desejo que venha mais um pouco de autonomia, para que eu consiga dedicar-me a tudo o resto.
Mas ao olhar para ela vejo uma bebé feliz, bem tratada, com todas as condições necessárias para o seu bom desenvolvimento...é verdade que por ela abdico de muita coisa, mas no fundo, nos poucos momentos tranquilos dou graças por ela estar na minha vida.
É a velha dicotomia, que para experimentarmos determinadas "felicidades" a nossa capacidade de adaptação é posta à prova todos os dias, e apenas os audazes acabam por dar as maiores provas.
É difícil, doloroso por vezes, mas sou capaz e a Bébécas é o espelho de toda a minha capacidade de fazer face às adversidades e às dificuldades do que é criar uma família sozinha.
Comentários