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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2023

O mistério da aeronave no meu quarteirão

 De há umas semanas a esta parte, tenho vivido o bairro de uma forma nova. Desde que aqui vivo sempre serviu para entrar no meu refúgio e sair, e pouco mais. Não faço grandes incursões por aqui, até que chegou o Balzac que, com os seus passeios costumeiros me obriga a descobrir o que está para além da ponta do meu nariz.  Nisto existem pessoas que metem conversa e se tentam revelar em verdadeiros especialistas em raças de cães e veterinária, 70% das pessoas com quem me cruzo têm ou já tiveram um espécime parecido com o meu Balzac mas… o cerne da questão está no facto de eu não ter perguntado nada e não ser apologista deste tipo de abordagem. Vá, há excepções e pessoas que nada têm de intrusivas, mas são raras.  E o que faço eu, de um modo geral!? Fujo das pessoas porque quero estar sozinha a passear o Balzac sem conversas circunstanciais que não procuro.  E nesta escapadela para o outro extremo do meu quarteirão, o que vimos nós há uns dias atrás!? Isso, uma aeronave. Ora o aeródromo m

A última do ano

 Lavagem do carro, entenda-se! Que assim seja!
 Ontem, ao fim de 3,5 dias consegui finalmente deitar o lixo, no lixo. Não que não o pudesse ter feito antes, mas a falta de civismo não é uma característica que me assista e embora também nisto não tenha capacidade para mudar o mundo, a ideia do meu saco de lixo ser mais um a somar à poluição urbana, é no mínimo desagradável.  E concluo que as pessoas, no seu todo, são mesmo porquinhas. A tantos níveis, mas nisto também. Como se é capaz de vislumbrar contentores a abarrotar, lixo amontoado no chão e mesmo assim contribuir com mais.  É o desrespeito pelos outros, pelos trabalhadores camarários que, em bom rigor, também têm direito a usufruir do seu Natal, é um desrespeito para com o ambiente e o urbanismo, enfim, é de uma falta de educação extrema.  A minha contribuição para a mudança vale o que vale, mas continuo a não ser capaz de seguir hábitos intoleráveis e prefiro ter o lixo fechado em casa por 2 dias, do que vê-lo na rua aos pedaços à espera de melhores dias e contribuir para a

Enjoy the silence

 Há momentos em que necessitamos de silêncio, da nossa paz, mesmo que a camuflemos com idas ao ginásio e alguma adrenalina. Mas nem esses momentos devem ser justificados. Se não estamos presentes, se o nosso telefone não toca ou as mensagens enviadas não são de imediato lidas, ou que disso haja registo….deixem-nos a viver a nossa paz possível, como bem entendemos e como a queremos. Se há algo que se conquista com o avançar da idade é poder estar só connosco. Não interessa se é Natal ou Carnaval, é igual. O paganismo e o cinismo ao mais alto nível, apenas colmatado pelo nosso núcleo duro, seja ele composto por família e/ou amigos que são família.  Quem realmente importa, está lá, em todos os outros dias e acima de tudo, nos que são de facto necessários. Este ano que finda, após vários deslizes de saúde e alguns episódios de tristeza extrema, essa família e amigos que são família estiveram lá. Mas também estiveram ao ponto de respeitar as minhas fugas e o meu silêncio. Até porque as más

Balzac the Conqueror

 Qual William, qual quê. O Balzac é o verdadeiro conquistador.  Conquistou-me e consegue a proeza de me manter assim mesmo após me destruir vários livros, entre os quais O Monte dos Vendavais, uma Biografia do Churchill, uma tabuada do “ratinho” que guardava como relíquia, os meus cadernos de luxo do Homem de Vitrúvio e do David de Michaelangelo, meias, cuecas, cremes, papel higiénico, os atacadores dos Vans da Milady Filhota….e mais uma lista muito interessante de danos patrimoniais não passíveis de indemnização.  …mas ele conquistou-me, para além de ser a verdadeira vedeta sempre que trespassa a porta da rua. Olhando para ele, é possível ter uma ideia, não é!? Imaginem então o que ele proporciona a quem gosta. É a jóia da nossa coroa. Estou rendida. Conseguiste-me Balzac e não tem volta atrás. Eu não vou desistir  de ti e tu…bom, os da tua espécie são fiéis, até ao fim. ❤️
 Receber o convite para assistir à atribuição dos prémios de mérito na escola da minha filha é sempre algo confrangedor. Não concordo com este tipo de distinção neste nível de ensino, o que não obsta que haja quem de facto se distinga pela positiva, mas entendo que a relação custo/benefício não está de todo equilibrada. As crianças são cruéis e os adolescentes ainda mais e se, por um lado, estes prémios ocasionam uma diferenciação já de si óbvia (que nada tem a ver com capacidades intelectuais) por outro também para quem os recebe existe muitas vezes a busca pela distinção e não o brio desinteressado. A minha filha sabe perfeitamente a minha opinião e é congratulada sistematicamente pelos seus sucessos e motivada ante alguns percalços e não fico com mais orgulho por estar presente naquele tipo de cerimónia. Reitero, não concordo que seja aplicada a nível de escolaridade obrigatória, mas a níveis superiores acho que é de louvar quem é agraciada com distinções. A maturidade será outra, o

Desabafos de uma sportinguista que não dorme sobre o assunto

 Era o que me faltava sofrer pelo futebol; há aspectos na vida mais sofríveis e também indesejados, mas que não podemos de todo evitar. O Sporting é assim uma preferência que me faz investir algum dinheiro em camisolas e cachecóis para a minha filha, chatear sobretudo os benfiquistas (mas apenas os irritantes), gostar que ganhe é óbvio, mas jamais ao ponto de me aborrecer sequer quando perde e muito menos entrar em discussões. Aliás, discussões acerca de futebol, política e religião não entram no meu repertório.  Mas sendo de facto adepta ou, mais correcto ainda, simpatizante do Sporting, não deixo de me divertir com a efusão dos meus pares com a nossa actual primeira e honrosa posição no Campeonato Nacional. Ok, é bem, sim senhor. Mas já sabemos que é histórico que até ao Natal vivemos um estado de graça e depois esse estado vira na maioria das vezes azia. Pelo que, descontraiam e não comecem já a dar cabo do ecossistema, porque as farmácias andam a racionar medicamentos e depois as p

Quando no dúbio, pode estar a virtude

 Tenho andado numa roda viva de desregulação alimentar e isso reflecte-se no peso e volume. É inegável que estou mais gorda, não há outra forma de o dizer e sei exactamente onde errei: comi substâncias indevidas, em quantidades indevidas, não ponho os pés no ginásio há algumas semanas (outra vez) e outros detalhes inconfessáveis. Não, não cheguei ao ponto da minha roupa deixar de "fechar", mas quase, e isso, seria pior que o Cabo das Tormentas; diria até que seria mais complexo que o Triângulo das Bermudas. A consulta com a minha nutricionista estava marcada para hoje e lá fui, com a cara tingida de roxo, já que de negro, não faria grande diferença na minha tez. Mas...na semana passada incuti a mim mesma alguma disciplina, pelo menos no campo alimentar. Voltei aos almoços estruturados, aos 2 litros de água por dia, à sopa com alguma proteína ao jantar, mas nada de fundamentalismos, porque comigo não funcionam. Claro que comparativamente à consulta do mês passado acresci 300 g

Nascia uma pessoa irrepetível

 Isabel, Maria Isabel. A minha avó. A minha saudosa e inesquecível avó.  A grande perda da minha vida. Aquela cujo toque, cheiro, voz, a minha memória não deixa desvanecer. A minha pessoa. O meu exemplo de honestidade, carisma, justiça e muita beleza. Era uma mulher tão bela exterior como interiormente.  Gostaria de ter 1/3 da sua força, da sua coragem, do seu ser. Não tenho. Nem herdei a beleza, nem os olhos azuis mais lindos que já vi (os segundos são os da minha irmã), nem os singelos 154 centímetros de altura que não sei como, ainda potenciavam mais a gigante que foi. E é, e continuará a ser enquanto eu viver, porque vive em mim. E quero tanto encontrá-la de novo. Talvez em breve. Porque a nossa existência é breve. Como breves são os sonhos em que, de quando em vez, a encontro.  Hoje é o seu dia. Um abraço dos meus até ao infinito, onde eu sei que a avó está. Olho para si sem a olhar, vejo-a sem a ver, oiço-a sem a ouvir…sinto-a. Muita saudade avó, hoje e para sempre. 

Não posso ir a uma livraria pessoalmente ou viajar pela sua web page

 Pois trago o que quero, mas também o que não esperava trazer. Como não tenho nada para ler (ironia), hoje veio esta obra com 750 páginas.  Este ano estou numa de império romano. É isso!

As coisas que se encontram numa gaveta do quarto de hotel

 Nunca me tinha ocorrido tal situação mas…nada de mal pode ocorrer quando se dorme lado a lado com estas escrituras. Só faltava a escritura muçulmana. Que falha….

E são 46…

 Muitos falam em voltas ao Sol, eu falo em Outonos. A minha vida tem mais de Outono, que de Sol. Não que seja mau, ou bom…apenas diferente do lugar comum.  E a verdade é que já vivi uma vida. A minha. A que escolhi e, em parte, também algo que escolheram por mim e me fizeram passar. Com tudo o que tem de positivo e negativo.  E passei para um patamar diferente neste ano em que, para não variar, vivi experiências e desafios de grande impacto. Aproximei-me ainda mais das artes e letras, da música e de locais. Locais que me levaram a respeitar ainda mais essa tal arte, letras e música.  Passei tempo de qualidade com as pessoas que amo, amor esse vivido de formas distintas, pois o lugar dessas pessoas no meu coração tem o seu espaço pre-definido. E foi bom. Pelos momentos bons e acima de tudo porque estiveram comigo não só na saúde, mas acima de tudo na doença. E na doença concluímos quem de facto está disposto a tudo por nós. Sem cobranças, sem devaneios e parvoíces.  E também me dei mais