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Em minha casa, alguém conta os dias para que o Carnaval chegue

Ainda se está na idade em que se acredita que vestir um trapo nos transforma de cruz naquele personagem e vamos fazer o que ele/ela faz; e toda a gente nos vai dizer que estamos bonitos, e vão-nos tirar fotografias, etc.

Eu há muito que estou na fase dos malefícios do ovo podre, da bomba de mau cheiro, dos balões de água e das brincadeiras estúpidas e do ridículo que é ver aquelas mulheres no corso a pensar que estão em pleno Sambódromo, mas que, o mais certo é saírem dali directas para o hospital em estado de hiportemia.

Não é segredo, abomino o Carnaval, e estou desejosa que chegue a próxima terça-feira à tardinha e para o ano se Deus quiser e eu cá continuar, a minha crença vai ser a mesma.

Mas como eu gosto muito do Fernando Pessoa e já ele dizia que o Melhor do Mundo são as Crianças, e uma vez que o melhor do meu mundo é de facto a minha criança, amanhã lá me vou levantar de madrugada, para a vestir, pentear, maquilhar, fazer as recomendações básicas, e sair de casa com uma Sevilhana em condições, comme il faut.

Nem sei como é que uns sapatos originais de flamenco comprados em Madrid em Maio passado, duraram até hoje, ali arrumadinhos no estojo original, novinhos e sem tentações de os calçar antes.

Depois de muito contar os dias, finalmente para ela está a chegar o Carnaval e eu, que mais me apetece estar de trombas perante as brincadeiras de mau gosto, vou sorrir, apenas e só por vê-la a sorrir.

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