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Déjà vu (mais um)

Ao visualizar há pouco uma reportagem no noticiário (agora vou ouvindo o coleguita do meu pai dos seus tempos de juventude e estudante na ex-URSS que virou rico e cuja filha qualquer dia é dona disto), voltei ao inesquecível ano de 1995, mais ou menos por esta altura e a mesma realidade - os professores a fazerem greve na altura dos exames de admissão à faculdade.

As greves são necessárias, sem dúvida que o são, começam a ser ridículas quando se tornam banais, apenas e só porque já não levam a nada; mas sobretudo acho que os professores o deveriam ser por paixão e o seu expoente máximo deveria ser o ensino e o sucesso dos seus alunos.

Fazer greve numa altura destas, crucial para a vida de muitos jovens não é a melhor estratégia; as pessoas ficam com os nervos em franja, na incerteza de fazerem o exame naquele dia ou não, depois terem que lá voltar e repetir toda a quantidade de nervos remanescente...é duro e os principais prejudicados são os alunos.

Na altura eu tinha 17 anos e confesso que não estava em causa a preparação para os exames; estava preparada, tal como tantos outros nas mesmas condições que eu, tivemos boas notas, ingressámos no ensino superior - mas que foi dramático foi; chegar àquela Faculdade de Letras da UL e esperar até à última para saber se tinhamos exame ou não, chegarmos ao cumulo de estar a fazer um exame e virem-nos arrancar as folhas de teste das mãos, sabermos na véspera pelo noticiário que a repetição do exame seria no dia seguinte às 09:30h - e mais grave ainda, ter que fazer 2 exames no mesmo dia, com uma escassa hora de almoço pelo meio - Geografia e Português, jamais me esquecerei.

Não me parece uma boa medida, mas é um direito que todos nós temos, o direito à greve, mas antes disso, talvez fosse ainda mais importante apelar à consciência e ao amor à arte que escolhemos e àqueles cujo futuro pode depender da escolha de uma data para se fazer uma greve.

Tenho dito!

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