A minha família materna em termos de longevidade é uma espécie de yin-yang.
Em tudo são opostos. Se do lado da minha avó, partem cedo, demasiado cedo e com um histórico de doenças oncológicas e/ou cardíacas, do lado do meu avô quase chegam à imortalidade e acenam a gerações inteiras.
E chegam a esse patamar com um cérebro funcional, boa memória, um aspecto físico em que lhes dão à vontade menos 20 anos e sem grandes problemas de saúde, tendo resistido inclusivamente ao famigerado Covid muito melhor do que eu.
Mas nem eles conseguem fazer frente à finitude inevitável e deixam cair por terra, qual Queda d’um Anjo a minha crença de que são imortais. Neles depositava fé após o desaparecimento da Rainha Isabel II.
Mas afinal, até eles, os que não morrem, estão a partir.
Por estes dias foi a tia Mimi, a penúltima dos irmãos Ferreira com uns respeitosos 104 anos. Bolas, quando eu nasci já esta tia tinha quase 60 anos, e o que ela viveu.
Resta-me apenas um tio-avô, também ele com uns honrosos 90 e alguns anos e esperemos que se mantenha tão bem quanto tem estado, apesar da tristeza por ser uma espécie de último dos moicanos.
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