Avançar para o conteúdo principal

Não vale prometer o que não depende de nós cumprir

A minha filha continua bastante curiosa em saber mais acerca do meu afilhado; ora, se ela própria tem padrinhos e costuma estar com eles, porque raio ela não conhece o afilhado da mãe.

Explicar-lhe que este afilhado não o é por termos participado num sacramento cristão, mas antes porque decidi abraçar um projecto de uma ONG e apadrinhar uma criança à distância é algo complexo para esta idade.

Fico-me pelo "ele mora muiiiiito longe".

Nada que não tenha solução, se é muito longe, então vamos lá...é um misto de ciúme e curiosodade, porque vai perguntando se, quando formos a casa dele, eu vou gostar dela na mesma.

Lá lhe disse que um dia, talvez...mas temos que ir de avião, porque é mesmo muito longe.

 - "Mais longe do que íle ao Pôto e ao Ágáve!?"

Sim...muito mais.

 - "Mamã, e pometes que o avião não vai caíle?"

Com esta deu-me um aperto no coração. Não temo nada andar de avião, falta-me experimentar andar de helicóptero, já passeei em ultra-leves, monomotores e afins...embora tenha a estranha sensação desde que existo que...morrerei num acidente de avião - coisas interessantes, mas não lido com isso com nenhuma apreensão, e é das coisas que nem me lembro muito quando embarco.

Mas prometer-lhe segurança em situações que eu não posso controlar...não prometo. Lá lhe fui dizendo que normalmente os aviões andam no ar e não são feitos para cair e levam-nos a sítios muito giros, e podemos ver as nuvens...

Por agora ficou o assunto em suspenso, espero que não apanhe nos próximos dias nenhuma notícia de algum acidente aéreo - o desta semana, consegui ocultar-lhe da vista.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en