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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2023

Talvez se encontrem por lá

 O meu padrasto era uma pessoa discreta e nada dado a comportamentos brejeiros. Portanto foi com grande espanto que há muitos, muitos anos atrás, nos cruzámos com a Sara Tavares creio que na Cordoaria e ele, aborda-a como se a conhecesse intimamente e diz: “Oh Sarinha, eu gosto tanto de si. Permita-me que a cumprimente com um beijinho!” Ela, com aquele sorriso franco, doce e amável deu-lhe um abraço e trocaram dois beijinhos e umas quantas palavras de admiração do meu padrasto para com ela. Nós, passámos o resto do dia, de quando em vez com um audível “Oh Sarinha!!!!” e foi um episódio que jamais esquecemos e por vezes o relembrávamos em ar jocoso.  De todos os que estarão do outro lado para a receber, ele vai estar lá certamente, mas tão mais cedo do que seria imaginável e justo. Até sempre Sara. 

Quando a vida nos torna a abanar

 Já aqui tinha referido as minhas andanças com os exames de rotina mamários que vieram com um resultado duvidoso e que me atiraram para uma ressonância magnética boa, sem indicações que fossem dignas de algo mais do que seguir com os exames de rotina anuais.  Foi apenas a interpretação do que li e muito me aliviou mas...a realidade trouxe-me nova surpresa quando a médica especialista em cancro de mama analisa com muita atenção os meus exames e, de uma forma muito tranquila me diz que o facto de ter uma ressonância magnética com um bom resultado não é por si só garante de ausência de cancro e que as imagens do meu nódulo lhe deixavam dúvidas, que não a deixavam tranquila caso me pedisse para voltar em 6 meses, dada a minha idade e os factores hormonal e multiplicação de células estarem ao rubro, e uma espera de 6 meses poder ser a diferença entre a vida e a morte. Na minha presença contactou o médico e colega dela que me fez a ecografia mamária e saí de lá com biópsia urgente marcada. N

Coragem

 Há uns dias uma pessoa que me conhece bem dizia que sou uma pessoa com coragem. Que sou forte. Que perante as adversidades sou um exemplo e sigo em frente. …talvez pareça…mas eu tenho tanto medo. Talvez não exista quem sinta mais medo do que eu. Mas o meu medo não é objectivo. Talvez seja isso que me distinga da maioria das pessoas. Numa vida com algumas perdas e muitas injustiças em que eu não fui de todo o algoz, poderia há muito ter desistido e não teria passado por algumas coisas menos boas, mas a minha vontade de viver para provar a mim mesma que o sol iria brilhar para mim, fez-me continuar. Fui enganada por alguns fenómenos meteorológicos e quase me perdi novamente no rescaldo de tempestades e furacões.  E tenho medo. Muito mais do que está à minha volta do que do desconhecido. Mas por vezes o desconhecido para nós, há muito o conhecemos e sabemos de cor o seu desfecho provável.  Quem me dera ser corajosa. Quem me dera…

Profundamente arrogante e irritante

  Fonte: CNN Portugal 

Formas erradas de se iniciar uma conversa

 Vou começar pelo fim: O meu telemóvel toca e do lado de lá é a minha filha. Sem saudação ou nada que o valha. "Oh mãe, porque é que me ligaste!?" - tudo isto com um ar "pidesco". É uma forma inadequada de iniciar uma conversa e do tom, já nem se fala. Resquícios de adolescência, comportamento em contexto de grupo e toda uma teoria sociológica à mistura, porque educação em casa, ela tem. E por que motivo lhe tinha eu ligado uma hora antes, com o cuidado de saber que ela estava em tempo de pausa? Porque ela passou o fim de semana doente, ontem esteve na cama quase todo o dia, levou medicação para tomar na escola e...creio que é o bastante para se ligar a uma filha. Não era o momento para me chatear e lhe dizer algo mais profundo, pelo que me limitei ao seguinte: "Liguei porque queria falar contigo. Foi a principal razão da minha chamada. De resto, foi mesmo para saber se estás melhor e não te esqueceres de tomar o medicamento a horas. Beijinhos e já sabes que qu

El Sol del Futuro

 Nanni Moretti…a ser Nanni Moretti. E eu, já tinha saudades de ver um filme assim, numa sala de cinema com mais de 100 anos e onde não se ouve o som de pipocas a estalar em bocas alheias…e na nossa também. Um filme que me prendeu, como sempre me prende Moretti, uma comédia com o seu toque político e…Moretti. Uma banda sonora que tanto nos apresenta Aretha Franklin como Joe Dassin e eu, a dar comigo a trautear 🎶Et si tu n’existais pas, Dis-moi pourquoi j’existerais?🎶… e um final imprevisível que, se ao início nada o faria prever, me fez correr uma lagrimita que tanto queria saltar.  Diria que tem o seu cunho introspectivo. Valeu a pena!

Já não posso ouvir falar

 No Halloween que por este ano já passou, mas para certas pessoas ainda não. E para os mais pequenos que são fomentados a isso nos infantários e escolas, ainda me calo, mas gente adulta, é mesmo de quem não tem que fazer e cujo nível de (falta) de inteligência nem chega a ser discutível. Também já não aguento a Black Friday, sexta-feira negra ou, em bom português, campanha engana tolos, que só se cumpre daqui por cerca de 1 mês, mas a invasão de mensagens e publicidade já me faz regurgitar.  E como não há duas sem três, o Natal, e as decorações, e bolos-rei nas montras e a Mariah Carey. Wake me up when this year ends, ok!?