Eis que anteontem comecei com uma dor de cabeça chatinha que vai resistindo ao ben-u-ron e umas tonturas leves. Acordei no dia seguinte na mesma, mas a sentir-me bem. Fazem parte da minha existência muitos espirros e sensação de constipação iminente. Mas...dadas as circunstâncias da exposição directa ao vírus, reportei à autoridade de saúde e encaminharam-me para uma consulta.
Saí de lá com mais uma maleita - tinha a garganta inflamada e vai daí até medicamentos me foram prescritos...mas não só. Não me safei do encontro imediato de terceiro grau com o cotonete gigante. Narina esquerda....esfrega. Narina direita....esfrega. Garganta....esfrega. Saí de lá com um surto de espirros que parecia que o mundo ia acabar. Oito horas depois, apenas oito horas depois recebi a SMS com o veredicto: “o resultado do Coronavírus SARS-Cov-2/COVID-19 é Não detectável (30/10/2020)”
Desta vez o alívio, sobretudo pela minha filha. Passamos uma vida inteira a proteger os filhos e sentir que podia estar a colocá-la em perigo e às pessoas que com ela se cruzam não deixava de me atormentar o pensamento.
Partilhei com os mais próximos, embora comigo estivesse tudo bem. Não deixa de ser animador saber que perante uma exposição tão próxima ao vírus, desta vez o meu corpo ter dado a resposta certa. Não o deixou entrar. Continuo ciente que mais cedo ou mais tarde não lhe escapo, tal como a maioria da população, mas talvez ele fique mais fraco e nós mais fortes. O facto é que tal como eu, haverão casos em que muitos lhe terão sido expostos e ele por qualquer motivo não se instalou. Logo eu que apanho qualquer gripe, sou a típica flor de estufa sempre a braços com porcariazinhas...
Não obstante o protocolo tem que ser cumprido e continuo em isolamento que apenas poderá ser levantado pelo Delegado de Saúde, literalmente presa em casa a contar com a ajuda da família e amigos para trazer os mantimentos, fazer coisas tão simples quanto recolherem o lixo, deixarem a minha filha no ATL e trazerem-ma a casa ao final do dia. Têm sido incansáveis estas minhas pessoas e estar-lhes-ei eternamente grata por este suporte que nos têm prestado.
PS: o cotonete gigante afinal é inofensivo. O da narina direita entusiasmou-se e foi até à garganta, lá me engasguei ligeiramente, mas sempre pensei que a sensação de desconforto fosse mil vezes pior. No fim, faz-se bem e é muito rápido.
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